segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Comparando o pâncreas humano com o pâncreas dos cães

O pâncreas humano é uma glândula que mede de 15 a 25 cm aproximadamente e localiza-se no abdômen, posterior ao estômago situado entre o duodeno e o baço e é anatomicamente dividido em 3 partes: cauda, corpo e cabeça.




Figura 1. Divisão anatômica do pâncreas.



Ele possui duas funções principais distintas: a função endócrina, que se responsabiliza pela produção de hormônios, como a insulina e o glucagon, que controlam o nível glicêmico no sangue e a função exócrina, responsável pela produção de enzimas e sucos digestivos relacionadas à digestão de carboidratos, lipídeos e proteínas, auxiliando também no metabolismo dos nutrientes.
Pelo fato de ter funções diferentes, os pâncreas endócrino e exócrino são formados por células de diferentes especializações, por exemplo, a parte endócrina é formada por conglomerados de células denominadas como ácinos que produzem o suco pancreático. Misturados aos ácinos, existem as Ilhotas de Langerhans que são as responsáveis pelos hormônios que controlam o nível de glicose no sangue.
Existem algumas patologias relacionadas ao pâncreas, e é importante tomar algumas medidas de precauções para evitá-las. Por exemplo, pessoas que excedem no consumo de álcool e possuem cálculos na vesícula biliar têm maior predisposição para desenvolver alguma disfunção pancreática. Algumas delas são:
·         Diabetes: É uma doença crônica em que o corpo é pouco capaz, ou incapaz, de produzir insulina ou não consegue empregar de maneira adequada a insulina produzida. Quando a pessoa tem diabetes, o nível glicêmico mantém-se alto no sangue e pode causar danos aos órgãos, vasos e nervos.
·         Câncer no pâncreas: Ocorre o crescimento de células pancreáticas tumorosas.
·         Pâncreas anular: Uma malformação congênita em que uma fina banda de tecido pancreático cobre uma porção do duodeno causando sua obstrução (pode ser resolvido com cirurgia).
·         Pâncreas divisum: É uma anomalia congênita em que os ductos pancreáticos não se formam durante a gestação (pode ser resolvido com cirurgia).
·         Pâncreas ectópico: É caracterizado pela presença de tecido pancreático em outros órgãos (pode ser tratado com remédios ou cirurgia).
·         Pancreatite: Uma inflamação do pâncreas que, geralmente, é causada por cálculos da vesícula que se movem para junto do ducto pancreático causando obstrução.

Conhecendo a anatomia do pâncreas dos cães

            A maior diferença entre o pâncreas dos humanos e o pâncreas dos cães é quanto ao formato, pois nos caninos esse órgão tem o formato de um V, localizado junto à flexura cranial do duodeno e têm basicamente as mesmas funções que o pâncreas dos seres humanos. O lobo direito é mais delgado e segue no mesoduodeno e o lobo esquerdo, mais espesso e curto estende-se sobre a superfície caudal do estômago em direção ao baço, no omento maior.


 
            Figura 2. Morfologia e localização dos pâncreas dos cães.
           
Distribuição anatômica da árvore ductal pancreática do cão

O ducto pancreático principal localiza-se numa posição entre a parede duodenal e o parênquima pancreático e apresenta extensão média de 0,45cm entre a papila duodenal maior e o início de sua bifurcação quando, então, divide-se no ramo ascendente ou superior, que se dirige para as porções do corpo e da cauda do órgão e no ramo descendente ou inferior, que se direciona para a região do processo uncinado do pâncreas canino.


Figura 3. Desenho esquemático da árvore ductal pancreática do cão.

No caso dos cães a doença mais relacionada ao pâncreas é a pancreatite, porém não há estimativas confiáveis quanto a sua prevalência nestes animais. São muitas as causas de pancreatite em cães, algumas delas são: elevados níveis de gordura na dieta; outras doenças endócrinas como a diabetes e o hiperadrenocorticismo, uso inadequado de medicamentos, predisposição genética por algumas raças, dentre muitas outras coisas que podem levar à inflamação pancreática.
            Os principais sintomas de pancreatite em cães são:
·         Vômitos constantes;
·         Diarreia;
·         Dificuldade na respiração;
·         Emagrecimento progressivo;
·         Dores abdominais;
·         Desidratação;
·         Apatia e depressão.

Porém esses sintomas também podem estar relacionados à outras doenças, então assim que esses sintomas forem percebidos, um médico veterinário deve ser procurado.


Escrito por André Fernandes.



Referências bibliográficas

MORISSET, Jean. Funções Pancreáticas Exócrinas, Funções Gastrointestinais, Nestle Nutrition Workshop Series, Programa Pediátrico nº 46, 2000. Nestec S.A. Avenue Nestlé 55, CH-1800 Vevey, Suíça.
FRAZÃO, Dr. A. Pâncreas, Anatomia do Pâncreas. Disponível em: <https://www.tuasaude.com/>. Acesso em: 21 de out. 2016.
VARELLA, Drauzio. Corpo Humano, Pâncreas. Publicado em: 11 de abr. 2014. Disponível em:  <https://drauziovarella.com.br/>. Acesso em: 20 de out. 2016.
FARIA, P. F. Diabetes Mellitus em Cães. Acta Veterinaria Brasílica, v.1, n.1, p.8-22, 2007.

SILVA, D. Pancreatite nos cachorros: sintomas e tratamento. Publicado em 11 de nov. 2015. Disponível em: <http://www.clubeparacachorros.com.br/>. Acesso em: 21 de out. 2016.

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