A
região cervical da coluna vertebral em seres humanos é composta por sete
vértebras cervicais e a interação dessas vértebras com os tecidos adjacentes, posição
de nervos, veias, artérias e da morfologia das próprias vértebras e demais
arranjos estruturais permitem com que os humanos consigam rotacionar sua cabeça
em até 180°.
Todas possuem um forame vertebral e
dois forames transversos (por onde passam as artérias, veias e fiibras nervosas).
O diâmetro do forame vertebral não detém alterações morfologias que facilitem o
movimento de rotação. Adicionalmente, os forames transversos por onde passam os
vasos sanguíneos se situam relativamente afastados da região central (das
vértebras), facilitando a ocorrência de lesões com movimentos de rotação
abruptos.
Figura 1 – Vértebra cervical
Disponível
em: < http://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-esqueletico/coluna-vertebral/caracteristicas-individuais/>
Acesso em 11 mai. 2017.
Figura
2 - Pescoço humano
Disponível em:
<https://pt.slideshare.net/blendaneiva/artrologia-17870132>. Acesso em:
25 mai. 2017.
Figura
3 – Coluna cervical
Disponível
em:< http://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-articular/diartroses/articular-coluna-vertebral/>.
Acesso em: 25 mai. 2017.
A
movimentação da cabeça é dependente de inúmeros fatores, como pôde ser
constatado pela anatomia humana. Entretanto, a morfofisiologia da coruja de
celeiro (Tyto furcata pratincola) a
permite rotacionar sua cabeça em até 270°, um feito impensável para o ser
humano. Para que tal mobilidade cervical seja possível, quatro critérios
importantes devem ser levados em consideração: O diâmetro do canal vertebral, a
protrusão da zigapófise, a distância entre as regiões de articulação das
vértebras e a localização de suas artérias.
Disponível em:< https://gifts.worldwildlife.org/gift-center/gifts/species-adoptions/barn-owl.aspx>
Acesso em 11 mai. 2017.
A
coruja possui quatorze vértebras cervicais, alinhadas em forma de “S”, e seu
canal vertebral possui um formato elíptico. A região central da cérvice apresenta
um menor diâmetro quando comparada com as regiões caudal e cranial, que
apresentam um diâmetro maior, ou seja, não é totalmente preenchida com a coluna
espinal, conferindo um importante espaço para a proteção da medula. Durante o
movimento de rotação o espaço adicional conferido pela morfologia elíptica é
reduzido, de modo que o diâmetro médio lateral de seu canal vertebral é
utilizado, ajustando-se à coluna espinal, conferindo um importante espaço para
a proteção da medula e, consequentemente, maior liberdade de movimento.
Figura 5 – Região cervical
Disponível em:< http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371%2Fjournal.pone.0091653>
Acesso em: 11 mai. 2017.
As
vértebras C13 e C14 não dispõem de forame transverso e o mesmo, presente no
restante das vértebras cervicais, possui um espaço maior para a passagem das
artérias, além de estarem mais próximas da coluna vertebral, diminuindo os
danos associados ao movimento de rotação.
Escrito por Gustavo Siconello
Referências Bibliográficas
KRINGS,
M. et al. The Cervical Spine of the American Barn Owl (Tyto furcata
pratincola): I. Anatomy of the Vertebrae and Regionalization in Their S-Shaped
Arrangement. 2014.
Disponível em:
<http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0091653>.
Acesso em: 11 maio 2017.
SALVADOR, S. Revelado segredo da rotação do pescoço das
corujas. 2013.
Disponível em:
<http://www.dn.pt/ciencia/interior/revelado-segredo-da-rotacao-do-pescoco-das-corujas-3028914.html>.
Acesso em: 11 maio 2017.
TORTORA, G. J.. Princípios de Anatomia Humana: Coluna Vertebral. 10. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan S.a., 2007.
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