Os
testículos são os órgãos responsáveis pela espermatogênese e síntese de
hormônios sexuais. Estes processos asseguram a fertilidade e o desenvolvimento
e manutenção das características sexuais masculinas. A função testicular é
regulada pelo sistema nervoso central (SNC) por meio principalmente das alças
de retrocontrole com GnRH (gonadotropin
releasing hormone – hormônio liberador de gonadotrofinas) hipotalâmico e
gonadotrofinas hipofisárias. Fatores parácrinos, neurais e endócrinos
contribuem para esta complexa regulação do sistema reprodutor masculino (AIRES, 2015). O sistema reprodutor
masculino está organizado a partir dos testículos, do pênis e das glândulas
acessórias, sendo estas, a próstata e as vesículas seminais.
Os testículos dos humanos são constituídos por
novelos de tubos finos denominados de túbulos seminíferos, sendo as suas
paredes o local onde ocorre a formação dos espermatozoides. Ainda, na parede
dos túbulos seminíferos, encontram-se as células de Sertoli, se estendendo da
lâmina basal até o lúmen tubular, responsáveis pelo suporte das células germinativas,
exercendo, também, função regulatória sobre o eixo hipotálamo-hipófise, com a
produção do hormônio inibina. No tecido que conecta os túbulos seminíferos, encontram-se
as células de Leydig, responsáveis por secretar testosterona na rede capilar
adjacente. Os túbulos seminíferos se convergem para uma rede de ductos, que,
por sua vez, conduzem os espermatozoides a um tubo único e fortemente
enovelado, o epidídimo, responsável pela etapa final de maturação dos gametas
masculinos.
Figura 01. Aparelho reprodutor masculino.
A regulação hormonal na
produção de espermatozoides e na produção da testosterona é realizada pelos hormônios
produzidos na hipófise anterior ou adeno-hipófise, as gonadotrofinas - Hormônio
luteinizante (LH) e o Hormônio folículo-estimulante (FSH), por controle do
hormônio liberador de gonadotrofina do hipotálamo (GnRH). O hipotálamo produz o
hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), o qual vai agir na adeno-hipófise
através da corrente sanguínea pelo sistema porta hipofisário, estimulando a
produção das gonadotrofinas LH e FSH, pelo gonadotrofos adeno-hipofisãrios. O
LH cai na corrente sanguínea e age nos testículos, especificamente nas células
de Leydig, estimulando a produção de testosterona, o mesmo ocorre com o FSH
agindo especificamente nas células de Sertoli, estimulando a espermatogênese. Ao
atingir altas concentrações de testosterona na corrente sanguínea, desencadeia-se
o processo de feedback negativo o qual a própria testosterona inibe a produção
de LH E FSH e de GnRH. As células de Sertoli vão, ainda, produzir a inibina em
situações de alta concentração de testosterona, inibindo a produção de LH, FSH
e GnRH.
Como
nos homens, os testículos de aves desempenham funções duplas, produção de hormônio
e produção de gametas. Os testículos das aves se encontram internamente e estão
localizados próximo da extremidade cefálica dos rins e ventral a eles, sendo
compostos de túbulos seminíferos com células intersticiais dispersas entre eles,
e, assim como nos homens, é onde se localiza as células germinativas em
desenvolvimento.
Figura 02. Órgão reprodutor de um galo.
Os
túbulos seminíferos conectam-se ao sistema de ductos excretores dos testículos;
esse sistema de ductos consiste nos ductos eferentes, ductos conectores e
ductos epidimários. Os ductos epidimários conectam-se ao ducto deferente
distal, que conduz o sêmen para a cloaca, sendo que o caminho percorrido até a
cloaca permite a absorção de líquidos nos túbulos seminíferos e a concentração
de espermatozoides. Além disso, os espermatozoides adquirem a capacidade de se
movimentar espontaneamente à medida que passam através do sistema de ductos
excretores. As células de Sertoli nas aves, respondem ao FSH e à testosterona e
são reguladas por tais hormônios. E as células de Leydig secretam diversos
androgênios presentes no sangue e a testosterona. Os testículos de aves são
regulados por mecanismos de retroalimentação negativa convencionais entre as
gônadas e os hormônios hipofisários LH e FSH.
Figura
03. Desenho esquemático dos ductos excretores do testículo do galo. TS, túbulos
seminíferos; RT, rede testicular; DE, ducto eferente; DC, ducto conector; RE,
região epididimária; DE, ducto epididimário; DD; ducto deferente.
As aves não apresentam próstata nem vesículas seminais
e não possuem um pênis verdadeiro, como presente nos humanos. Patos e gansos
possuem um pênis (pseudopênis) bem desenvolvido que é retorcido em espiral e
serve como órgão de penetração, não sendo definido como um pênis verdadeiro
pois, espermatozoides não fluem através dele, percorrendo o caminho ao longo do
sulco espiral. Já os galos e perus possuem um pênis pequeno erétil sobre a
parte ventral da cloaca e se torna ereto, com um líquido semelhante a linfa
durante a excitação sexual e o sêmen flui ao longo do sulco longitudinal do
pênis. Nestes animais a inseminação ocorre por contato cloacal, e não por
penetração verdadeira.
Escrito por Mariana Bernardes Ribeiro
Referências
Bibliográficas
AIRES, Margarida de Mello et al. FISIOLOGIA: Periferia auditiva. 4. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan Ltda., 2015.
Dukes, fisiologia dos animais domésticos/ editoria de William O. Reece; [revisão
técnica Newton da Cruz Rocha; tradução Cid Figueiredo, Idilia Ribeiro
Vanzellotti, Ronaldo Frias Zanon]. – Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2006
il.
Fonte das imagens
Figura 01. Disponível em: < http://planetabiologia.com/sistema-reprodutor-masculino-anatomia-funcao-genital/>.
Acesso em 01 out.2017.
Figura
02.
Disponível em: Dukes, fisiologia dos
animais domésticos/ editoria
de William O. Reece; [revisão técnica Newton da Cruz Rocha; tradução Cid
Figueiredo, Idilia Ribeiro Vanzellotti, Ronaldo Frias Zanon]. – Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2006 il.
Figura 03. Disponível em: Dukes, fisiologia dos animais domésticos/ editoria de William O. Reece; [revisão
técnica Newton da Cruz Rocha; tradução Cid Figueiredo, Idilia Ribeiro
Vanzellotti, Ronaldo Frias Zanon]. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006 il.
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