domingo, 15 de outubro de 2017

Sistema Reprodutor Masculino: Humanos x Aves

Os testículos são os órgãos responsáveis pela espermatogênese e síntese de hormônios sexuais. Estes processos asseguram a fertilidade e o desenvolvimento e manutenção das características sexuais masculinas. A função testicular é regulada pelo sistema nervoso central (SNC) por meio principalmente das alças de retrocontrole com GnRH (gonadotropin releasing hormone ­– hormônio liberador de gonadotrofinas) hipotalâmico e gonadotrofinas hipofisárias. Fatores parácrinos, neurais e endócrinos contribuem para esta complexa regulação do sistema reprodutor masculino (AIRES, 2015). O sistema reprodutor masculino está organizado a partir dos testículos, do pênis e das glândulas acessórias, sendo estas, a próstata e as vesículas seminais.
Os testículos dos humanos são constituídos por novelos de tubos finos denominados de túbulos seminíferos, sendo as suas paredes o local onde ocorre a formação dos espermatozoides. Ainda, na parede dos túbulos seminíferos, encontram-se as células de Sertoli, se estendendo da lâmina basal até o lúmen tubular, responsáveis pelo suporte das células germinativas, exercendo, também, função regulatória sobre o eixo hipotálamo-hipófise, com a produção do hormônio inibina. No tecido que conecta os túbulos seminíferos, encontram-se as células de Leydig, responsáveis por secretar testosterona na rede capilar adjacente. Os túbulos seminíferos se convergem para uma rede de ductos, que, por sua vez, conduzem os espermatozoides a um tubo único e fortemente enovelado, o epidídimo, responsável pela etapa final de maturação dos gametas masculinos.

Figura 01. Aparelho reprodutor masculino.

A regulação hormonal na produção de espermatozoides e na produção da testosterona é realizada pelos hormônios produzidos na hipófise anterior ou adeno-hipófise, as gonadotrofinas - Hormônio luteinizante (LH) e o Hormônio folículo-estimulante (FSH), por controle do hormônio liberador de gonadotrofina do hipotálamo (GnRH). O hipotálamo produz o hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), o qual vai agir na adeno-hipófise através da corrente sanguínea pelo sistema porta hipofisário, estimulando a produção das gonadotrofinas LH e FSH, pelo gonadotrofos adeno-hipofisãrios. O LH cai na corrente sanguínea e age nos testículos, especificamente nas células de Leydig, estimulando a produção de testosterona, o mesmo ocorre com o FSH agindo especificamente nas células de Sertoli, estimulando a espermatogênese. Ao atingir altas concentrações de testosterona na corrente sanguínea, desencadeia-se o processo de feedback negativo o qual a própria testosterona inibe a produção de LH E FSH e de GnRH. As células de Sertoli vão, ainda, produzir a inibina em situações de alta concentração de testosterona, inibindo a produção de LH, FSH e GnRH.
Como nos homens, os testículos de aves desempenham funções duplas, produção de hormônio e produção de gametas. Os testículos das aves se encontram internamente e estão localizados próximo da extremidade cefálica dos rins e ventral a eles, sendo compostos de túbulos seminíferos com células intersticiais dispersas entre eles, e, assim como nos homens, é onde se localiza as células germinativas em desenvolvimento.
Figura 02. Órgão reprodutor de um galo.

Os túbulos seminíferos conectam-se ao sistema de ductos excretores dos testículos; esse sistema de ductos consiste nos ductos eferentes, ductos conectores e ductos epidimários. Os ductos epidimários conectam-se ao ducto deferente distal, que conduz o sêmen para a cloaca, sendo que o caminho percorrido até a cloaca permite a absorção de líquidos nos túbulos seminíferos e a concentração de espermatozoides. Além disso, os espermatozoides adquirem a capacidade de se movimentar espontaneamente à medida que passam através do sistema de ductos excretores. As células de Sertoli nas aves, respondem ao FSH e à testosterona e são reguladas por tais hormônios. E as células de Leydig secretam diversos androgênios presentes no sangue e a testosterona. Os testículos de aves são regulados por mecanismos de retroalimentação negativa convencionais entre as gônadas e os hormônios hipofisários LH e FSH.


Figura 03. Desenho esquemático dos ductos excretores do testículo do galo. TS, túbulos seminíferos; RT, rede testicular; DE, ducto eferente; DC, ducto conector; RE, região epididimária; DE, ducto epididimário; DD; ducto deferente.

 As aves não apresentam próstata nem vesículas seminais e não possuem um pênis verdadeiro, como presente nos humanos. Patos e gansos possuem um pênis (pseudopênis) bem desenvolvido que é retorcido em espiral e serve como órgão de penetração, não sendo definido como um pênis verdadeiro pois, espermatozoides não fluem através dele, percorrendo o caminho ao longo do sulco espiral. Já os galos e perus possuem um pênis pequeno erétil sobre a parte ventral da cloaca e se torna ereto, com um líquido semelhante a linfa durante a excitação sexual e o sêmen flui ao longo do sulco longitudinal do pênis. Nestes animais a inseminação ocorre por contato cloacal, e não por penetração verdadeira.

Escrito por Mariana Bernardes Ribeiro

Referências Bibliográficas

AIRES, Margarida de Mello et al. FISIOLOGIA: Periferia auditiva. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda., 2015.
Dukes, fisiologia dos animais domésticos/ editoria de William O. Reece; [revisão técnica Newton da Cruz Rocha; tradução Cid Figueiredo, Idilia Ribeiro Vanzellotti, Ronaldo Frias Zanon]. – Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2006 il.

Fonte das imagens
Figura 01. Disponível em: < http://planetabiologia.com/sistema-reprodutor-masculino-anatomia-funcao-genital/>. Acesso em 01 out.2017.
Figura 02. Disponível em: Dukes, fisiologia dos animais domésticos/ editoria de William O. Reece; [revisão técnica Newton da Cruz Rocha; tradução Cid Figueiredo, Idilia Ribeiro Vanzellotti, Ronaldo Frias Zanon]. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006 il.

Figura 03. Disponível em: Dukes, fisiologia dos animais domésticos/ editoria de William O. Reece; [revisão técnica Newton da Cruz Rocha; tradução Cid Figueiredo, Idilia Ribeiro Vanzellotti, Ronaldo Frias Zanon]. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006 il.

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