Tudo
que o embrião de uma ave precisa para sobreviver é encontrado dentro do ovo
onde ele se desenvolve, com exceção de um componente, o oxigênio (O2).
Para que ocorram as trocas gasosas, a casca possui poros que permitem a
passagem tanto deste gás, quanto de gás carbônico (CO2) e vapor de
água. Em seu exterior, a casca do ovo é constituída de carbonato de cálcio, que
confere sua rigidez, mas na parte interior há a presença de duas membras moles,
nomeadas de membrana externa e interna da casca, respectivmente, ambas mais
permeáveis aos gases em relação a primeira. Depois de passar pelos poros da
casca do ovo, o O2 se difunde para o sangue do embrião através da
membrana corioalantóica (bastante vascularizada) (figura 1 e figura 2). Já o CO2,
faz o processo inverso ao sair para o meio externo.
No
decorrer do desenvolvimento embrionário, o ovo vai perdendo água e
consequentemente aumentando seu espaço aéreo, além disso, o embrião consome cada
vez mais O2 e produz mais CO2, no entanto, a
permeabilidade da parte dura da casca permanece constante. Tudo isso, gera um
aumento gradativo no gradiente dos gases, até que, antes da eclosão, a ave
perfura a membrana da célula de ar (câmara aérea), iniciando a respiração
pulmonar. Tempos depois, ela rompe a casca com seu bico e segue seu ciclo de
vida.
Figura
1:
Ovo de ave em pleno desenvolvimento embriológico
Figura 2: Diagrama da via de
difusão entre o ar e o sangue do embrião através da casca do ovo na região da
célula de ar.
Diferentemente
dos embriões das aves, o feto humano recebe O2 e elimina CO2
através do sangue materno por meio da circulação fetal. O O2
presente no sangue materno chega à placenta por meio dos vasos sanguíneos da
parede uterina (artérias endometriais). Destes vasos, ele passa para os espaços
intervilosos por meio de difusão e em seguida se difunde para o sangue fetal
através dos capilares fetais (figura 3). A partir daí o O2 é levado
para as demais regiões do feto através da veia umbilical (presente no cordão
umbilical) (figura 4).
Já
o sangue desoxigenado, contendo CO2, retorna à placenta por meio das
artérias umbilicais para realizar outra troca gasosa (figura 4). Ao chegar aos
capilares presentes na placenta, o CO2 passa para os espaços
intervilosos, também por meio de difusão, e em seguida se difunde para as veias
uterinas da mãe (figura 3). Ao chegar no sangue materno, este CO2
vai ser levado para os pulmões onde vai participar das trocas gasosas maternas
Figura 3 –
Esquema de uma placenta atermo. Note a relação entre a decidual basal, o córion
viloso e a capa citotrofoblástica. Observe a circulação placentária fetal e a
circulação placentária materna, e que as artérias umbilicais transportam sangue
pouco oxigenado e a veia umbilical, sangue rico em oxigênio.
Figura 4: Circulação fetal
Para
contextualizar, assista o vídeo:
https://www.facebook.com/nprskunkbear/videos/334102496994890/
Escrito por Rafael Galisa de Oliveira
RefereReferencias consultadas:
GALO, A. L. M. Placenta e membranas fetais. 2015.
Disponível em: <http://www.dacelulaaosistema.uff.br/?p=702>. Acesso em:
10 abr. 2018.
RANDALL,
D.; BURGGREN, W.; FRENCK, K. Eckert -
Fisiologia animal: mecanismos e adaptações. 4. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2000. p. 509.
SCHMIDT-NIELSEN,
K. Fisiologia animal: adaptação e meio
ambiente. 5. ed. São Paulo: Editora Santos, 2002. p. 47-49.
TORTORA,
G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios de
anatomia humana. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. p. 573-576.
Fonte das imagens:
Figura
1 (adaptada de): SANTOS, D. Testes de embriologia. 2010.
Disponível em: <https://djalmasantos.wordpress.com/2010/12/05/testes-de-embriologia-44/>.
Acesso em: 10 abr. 2018.
Figura
2 (adaptada de): RANDALL, D.; BURGGREN, W.; FRENCK, K. Eckert - Fisiologia Animal: Mecanismos e Adaptações. 4. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. p. 509.
Figura
3 (adaptada de): GALO, A. L.
M. Placenta e
membranas fetais. 2015. Disponível em:
<http://www.dacelulaaosistema.uff.br/?p=702>. Acesso em: 10 abr. 2018.
Figura
4 (adaptada de): AUTOR
DESCONHECIDO. Circulação
fetal. Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/272186371204336196/>.
Acesso em: 10 abr. 2018.
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