terça-feira, 9 de outubro de 2018

Uma comparação entre o aparato reprodutor feminino de humanos e alpacas


Sistema reprodutor em mulheres
           
            Segundo Tortora e Nielsen (2013), o sistema reprodutor feminino tem como funções: produzir óvulos, secretar hormônios, fornecer local para o desenvolvimento fetal, entre outros, visando à preparação e adequação do corpo para o desenvolvimento e chegada de um bebê, para perpetuação da espécie.
            As estruturas principais deste sistema estão divididas em internas e externa, onde as internas são os ovários, as tubas uterinas, o útero e a vagina, e a vulva sendo a externa.



                                   Figura 1. Estruturas do sistema reprodutor feminino
           
Os ovários são responsáveis pela produção das células reprodutivas (óvulos) e produção dos hormônios sexuais (estrógeno e progesterona); nas tubas uterinas ocorre a fecundação, e localiza-se entre o ovário e o útero; a fixação do embrião se dá no útero, órgão que irá abrigar o feto durante a gestação; a vagina é o órgão de cópula, que permite a comunicação do meio interno com o externo, com aproximadamente 8 cm de comprimento em repouso e de 10 a 12 cm quando em excitação.

Sistema reprodutor em alpacas fêmeas
           
Atualmente, os camelídeos que habitam a América do Sul podem ser divididos em quatro espécies: selvagens (vicunha e guanaco) e domésticas (alpaca e lhama). As alpacas Vicugna pacos, representam grande valor econômico para famílias camponesas que utilizam estes animais para a produção de carne, retirada de lã para fabricação de roupas, entre outras, em países da Argentina, Bolívia, Chile e Peru que possuem aproximadamente 95% destes camelídeos na América do Sul (HERRERA, 2017; CANO, 2009).



                                  Figura 2. Vicugna pacos (Alpacas).

De acordo com International Atomic Energy Agency (1986), as alpacas possuem anatomia reprodutiva muito parecida com a de seres humanos, sendo constituídas de ovários, tubos uterinos, útero, vagina, vulva.
O útero da alpaca é bipartido ou bifurcado, sendo duas hastes uterinas separadas, com uma mucosa lisa. O lado esquerdo é ligeiramente maior que o direito, e estima-se que a maioria dos fetos se fixam no lado esquerdo do útero durante a gestação. A vagina mede aproximadamente 13,4 cm de comprimento e 3,4 cm de diâmetro, apresentando pregas longitudinais.



                                Figura 3. Exemplificação do útero em alpacas.


As fêmeas apresentam receptividade sexual aos doze meses de idade, porém a atividade ovariana inicia-se aos dez meses, quando os ovários apresentam folículos de 5 mm ou mais.
As alpacas fêmeas não apresentam ciclo estral como em outras espécies domésticas, em que o período reprodutivo do animal demonstra receptividade sexual, e logo em seguida ovulação. No entanto, algumas espécies de coelhos, por exemplo, apresentam ovulação induzida, no qual é necessário estímulos para que ela ocorra. Para as alpacas a penetração do pênis do macho ao liberar o substrato seminal induz a liberação do óvulo. Em seguida, é formado um corpo lúteo que ao 8° dia apresenta um aumento de tamanho e atividade secretora, na ausência de gravidez há a regressão do corpo lúteo no 13° dia (INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY, 1986).
No cio ou estral, quando se depara com a presença do macho, assume posição sentada, ou aproxima-se de um casal em copulação e senta-se próximo a eles.
O nascimento ocorre em maior parte das 07:00 às 14:00 h, evidenciando a preferência por momentos do dia mais claros (iluminados), que propiciam uma temperatura térmica aconchegante ao recém-nascido. As alpacas possuem ainda características de cuidado maternal, ou seja, a possibilidade de abandono dos filhotes é reduzida.



Figura 4. Gráfico representando a porcentagem de parto em alpacas e ovelhas em determinadas horas do dia.

Desta maneira, pode-se concluir que o sistema reprodutor feminino em humanos e alpacas se assemelham em partes, como as estruturas internas e externas, seguindo o padrão da grande parte dos mamíferos. No entanto, diferem-se na morfologia do útero, onde em alpacas o órgão sofre uma bifurcação, separando em lado esquerdo e direito. Nota-se também a diferença no comprimento da vagina, devido ao tamanho da espécie.



Referências


 CANO, Raul Marino Yaranga. ALIMENTACIÓN DE CAMELIDOS SUDAMERICANOS Y MANEJO DE PASTIZALES. Curso de Zootecnia, Departamento Académico de Ciencia Animal y Gestión Ambiental., Universidad Nacional del Centro del PerÚ Faculta de de Zootecnia, Huancayo, 2009.

HERRERA, Julio Ricardo Tafur; REÁTEGUI, Alexander ChÁvez. Revisión del estudio anatómico macroscópico de las glándulas salivales mayores (parótida, mandibular y sublingual) de la alpaca (Vicugna pacos). 44 f. Tese (Doutorado) - Curso de Medicina Veterinaria, Universidad Nacional Mayor de San Marcos, Perú, 2017.

INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY. Nuclear and related techniques in animal production and health. Vienna: International Atomic Energy Agency, 1986. p 149-165.

TORTORA, Gerard J.; NIELSEN, Mark T.. Princípios de Anatomia Humana. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.


Referências de imagens





Figura     4:    International Atomic Energy Agency (1986).



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