Didelphis
albiventris, conhecido popularmente como
gambá-de-orelha-branca, é um gambá brasileiro da classe mammalia e infraclasse marsupialia.
Eles são classificados pela União Internacional para a Conservação da
Natureza e dos Recursos Natural (IUCN Red List), como pouco preocupante (LC),
por serem bastante adaptados a vida urbana. Sua pelagem é grisalha, com pelos
negros misturados aos brancos e as orelhas brancas, os adultos medem
aproximadamente 36 à 90 cm e pesam 900 à 2,5 kg. Os gambás-de-orelha-branca são animais onívoros e possuem
cauda semipreênsil, além das fêmeas possuir o marsúpio.
Entre os mamíferos existem classificações quanto ao
desenvolvimento embrionário, que são três, os monotremados (que tem o
desenvolvimento embrionário no ovo), os placentários (que tem o desenvolvimento
total dentro da placenta) e os marsupiais (que tem parte do desenvolvimento na
placenta e parte no marsúpio).
O marsúpio é uma espécie
de bolsa de pele no abdômen, onde se localiza as mamas e onde os filhotes, que
nascem prematuros, ficam até o fim de seu desenvolvimento.
Figura 1. Didelphis
albiventris
No geral, o órgão
genital masculino dos Didelphis, comparado
com o de humanos é constituído por testículos, epidídimos, ductos deferentes,
uretra, pênis e glândulas genitais acessórias (próstata e dois ou três pares de
glândulas bulbouretrais) e não possuem vesículas seminais, glândulas ampulares e
prepuciais, além disso o escroto é pré-peniano. A diferenciação das gônadas
nesse gambá se inicia precocemente quando ele ainda tem 1,8cm de comprimento e
tem cerca de 9 dias de vida no marsúpio. A temperatura média retal é de 32,0 °C
e testicular é de 30,4 °C, havendo, portanto, uma variação de 1,6 °C, e a glande
desses animais é bífida. Nos humanos que possuem órgão genital masculino, a
temperatura media é de 1° C de diferença e não possuem glande bífida. Essa diferença de temperatura é o que garante
o sucesso da espermatogênese. Os gambas também passam pela fase de puberdade,
que é detectada no momento em que tem os primeiros espermatozoides na urina, o
aparecimento da glande peniana e o aparecimento de coloração amarela em torno
dos pelos. Nos humanos também há a liberação dos primeiros espermatozoides, o
desenvolvimento do pênis e aparecimento de pelos na região da virilha.
Figura 2. Didelphis
albiventris: Testículo(t), Funículo Espermático(fe), Bexiga(b), Uretra
Membranosa (m), Pênis (pe),Próstata(pr).2x. Prepúcio(p)
Nas fêmeas de Didelphis, a anatomia dos órgãos
genitais se diferencia muito dos outros mamíferos, pois o útero é duplo e
paralelo e está completamente separado um do outro, possuindo cada um, um
cérvix que se abrem no seio vaginal, que consistem em duas vaginas laterais que
se estendem até a pseudovagina que e chegam ao seio urogenital.
Figura 3. Didelphis
albiventris: Bexiga(b), ovários (o),
vagina lateral (setas),
canal da pseudovagina
(*) e o
seio urogenital (SU).
Em 1B -Esquema dos órgãos genitais femininos do
gambá, vista ventral. Notar o útero duplo (setas cheias), osovários (O),
as vaginas laterais
(setas finas), o
ureter (u), a bexiga (b),
a pseudovagina (*) e o
seiourogenital (SU).
Quando ocorre a cópula
e a fêmea é fertilizada, ocorre o período gestacional médio de 12 dias, e
nascendo de 18 a 21 filhotes, que nascem prematuros e precisam completar seu
desenvolvimento fora da mãe, com isso os embriões são expulsos e migram para o
marsúpio da mãe e se prendem a glândula mamária, entretanto eles não praticam a
sucção, pois o leite é injetado mecanicamente em sua faringe. Eles permanecem
por mais 70 dias ate saírem da bolsa ficando próximos à mãe e retornando a
bolsa quando procuram abrigo ou comida. Em alguns marsupiais ocorre a diapausa,
porem nessa espécie ainda não foi comprovada a existência. Anatomicamente, os
gambás-de-orelha-branca se diferem muito dos humanos com órgãos reprodutores
femininos por terem os seus multiplicados, porém tem presente as mesmas
estruturas. Em relação aos embriões, o desenvolvimento só se difere pelo local
que, nos gambás ocorre em uma parte é fora da placenta, e nos humanos ocorre
todo o desenvolvimento placentário e nos gambas o leite é ejetado enquanto nos
humanos é sugado, havendo nos dois cuidados parentais com a prole.
Figura 4. Desenvolvimento: 25 dias, 35 dias, 44
dias, 51 dias, 75 dias emais que 75 dias da esquerda para a direita.
Escrito por
Giulia Fuentes Duarte
Referências:
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