Nos
humanos a puberdade é o conjunto de transformações que marcam o amadurecimento
sexual e o inicio da fertilidade (AIRES, 2008). Nos meninos, a puberdade é
caracterizada pelo surgimento da secreção pulsátil de LH (hormônio
luteinizante) durante o sono, sinalizando assim uma reativação da pulsatilidade
do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). Com o tempo, nota-se que há um
aumento também da produção de LH no período diurno e esse aumento deve-se tanto
á liberação mais intensa de GnRH pelo hipotálamo quanto á maior sensibilidade
da hipófise ao estimulo hipotalâmico (AIRES, 2008).
Em
seguida, ocorre o crescimento e amadurecimento testicular, sendo o FSH (hormônio
folículo - estimulante) responsável, e há aumento significativo na produção de
testosterona e inicio da espermatogênese. Assim, a maturidade sexual é obtida
em torno dos 16 aos 18 anos, quando os níveis de testosterona no sistema
encontra-se ente 10 a 30 ng/ml e nesse período a produção de espermatozoides é
elevada e a maior parte dos caracteres sexuais secundários já se completou
(AIRES, 2008).
Figura 1 – Eixo hipotálamo-hipófise testículo
Fonte:
https://momentofisioex.files.wordpress.com/2013/10/testosterona2.jpg?w=604&h=404
Já
em relação aos peixes, o desenvolvimento e maturação gonadal são controlados
por fatores ambientais como a temperatura, fotoperíodo, pluviosidade, entre
outros; e genéticos, sendo regulados por uma rede molecular de sinais (ANDRADE
et al, 2015), e os mesmos são percebidos pelo organismo e acionam
neuromodulaçoes na atividade do eixo hipotálamo-hipófise (figura 2) que iniciam
a primeira maturação sexual ou puberdade (ALMEIDA, 2013). Nos mamíferos, o início da puberdade é
associado à frequência de liberação do hormônio luteinizante (LH), enquanto que
nos peixes, o hormônio FSH (hormônio folículo-estimulante) tem mais relevância
nessa fase, assim, como resposta a liberação de GnRH na hipófise, inicia-se a
síntese e liberação de FSH, estimulando as atividades gonadais (ALMEIDA, 2013).
Figura 2 – Eixo hipotálamo- hipófise em peixes
Fonte:
http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/v37n2/pag174-180%20(RB455).pdf
Portanto,
durante o período da reprodução, ocorre a liberação da kisspeptina por regiões
do encéfalo, inclusive no hipotálamo, sendo que a mesma estimula a produção e
liberação de GnRH pelo hipotálamo, e após ser secretado, estimula a
adenohipófise a produzir as gonadotrofinas (LH e FSH) que ao cair na corrente
sanguínea, as mesmas chegam nas gônadas e estimulam a produção de hormônios
esteroides sexuais os quais são responsáveis por proporcionar a maturação
sexual dos indivíduos e o
desenvolvimento de caracteres sexuais secundários (ANDRADE et al, 2015).
Escrito por Carolina Monteiro de Almeida
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AIRES, M. M et al. Fisiologia. 3. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008.
ALMEIDA,
F. L. Endocrinologia
aplicada na reprodução de peixes. Rev. Bras. Reprod.
Anim., Belo Horizonte, v.37,
n.2, p.174-180, abr./jun. 2013. Disponível em:
<http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/v37n2/pag174-180%20(RB455).pdf>.
Acesso: Outubro, 2017.
ANDRADE, E. S. Biologia reprodutiva de peixes de água doce.
Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.39, n.1, p.195-201, jan./mar. 2015.
Disponível em:
<http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/v39n1/pag195-201%20(RB573).pdf>.
Acesso: Outubro, 2017.
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