quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Comparação entre o sistema respiratório dos seres humanos e das serpentes

As serpentes são vertebrados da classe Reptilia (répteis) e ordem Squamata (escamados). Apresentam algumas características morfológicas semelhantes aos humanos, mas também algumas peculiares. Quanto ao sistema respiratório, as serpentes, tal como os seres humanos, possuem a respiração pulmonar, responsável pelas trocas gasosas através dos pulmões.

Figura 1: Momento da deglutição da presa. Seta: Glote elevada


Figura 2: Sistema Respiratório Humano

A parte interna da cavidade oral da serpente é bem peculiar, e pode apresentar funções diferentes nos momentos de abrir e fechar a boca. A traqueia e a glote, localizadas ventralmente, permitem a conexão e a entrada do ar para os pulmões. Em condições normais, de boca fechada, a glote se eleva conectando-se ao ducto nasal para que o fluxo de ar adentre até a traqueia e, posteriormente, chegue aos pulmões. No entanto, ao capturar uma presa e, no momento da deglutição da mesma, a glote aliada à alguns músculos da superfície bucal, se projeta próximo a parte externa. Isso, facilita a respiração das serpentes enquanto a boca estiver obstruída por alguma presa. Ao passo que nos seres humanos, o ducto nasal é preenchido pelas fossas e conchas nasais, mas também os nervos olfatórios na parte superior. Além disso, a epiglote localizada na porção final da laringe, funciona como um alçapão que move-se para cima e para baixo. Durante a deglutição, a laringe se eleva e, com a elevação dessa, a epiglote se move para baixo (TORTORA; NIELSEN, 2013). Devido à esse movimento, o corpo humano não consegue engolir e respirar ao mesmo tempo, visto que os dois passam pela mesma cavidade. Ademais, a movimentação da epiglote nos humanos é bem restrita, pois ela move-se, apenas, como um alçapão. A laringe, além de impedir o conflito entre os dois sistemas, têm a função de produção da voz. Ela apresenta estruturas denominadas pregas vocais que são as principais para a produção. Nas pregas, são encontradas faixas de ligamentos elásticos esticadas entre as cartilagens rígidas da laringe, como as cordas de violão segundo Tortora e Nielsen (2013).

A traqueia tem a função de passagem de ar tanto para as serpentes quanto aos humanos, demonstrando-se alta similaridade.
A maioria das serpentes, apresentam o pulmão atrofiado. O pulmão direito é bem mais desenvolvido, estendendo-se pelos dois terços do corpo, e, em algumas espécies, podem também ter o auxílio do pulmão traqueal. Essa adaptação auxilia na respiração após a deglutição de uma grande presa que comprima o pulmão direito (ANDRADE; PINTO; OLIVEIRA, 2002).



Figura 3: Anatomia da Serpente




Enquanto nos humanos, possuem um par de pulmões não idênticos, na maioria dos casos, funcionais. O pulmão esquerdo é suavemente menor, visto que ele partilha espaço com a cavidade mediastino, onde está localizado o coração. Nas faces externas, é visível a presença de incisuras que dividem os pulmões em lobos. O pulmão direito é dividido por duas incisuras em três lobos. Já o esquerdo, esse apresenta apenas uma incisura, decorrendo a formação de dois lobos. Na parte interna, irá encontrar brônquios, bronquíolos e alvéolos pulmonares, responsáveis pela hematose. 

Para auxiliar na inspiração e expiração, o corpo humano possui um músculo estriado esquelético extenso, chamado diafragma, que separa a cavidade torácica da abdominal.


Figura 4: Anatomia da serpente apresentando o pulmão direito.

Quando em estado de relaxamento, o diafragma possui formato de arco. Durante a inspiração, este músculo se contrai e ao distender-se aumenta a capacidade do tórax. Nesse processo, o ar tende a entrar nos pulmões para compensar o vazio gerado. No momento em que este músculo relaxa, o ar acumulado é expulso.

As serpentes não possuem diafragma como as pessoas. Fazem o ar entrar e sair dos pulmões estreitando a caixa torácica, para empurrar o ar para fora, e depois alargando-a, para criar um vácuo que suga o ar para dentro. Esse alargamento da caixa torácica é disponível, uma vez que elas não possuem o esterno. Após cada ciclo respiratório, elas experimentam uma apneia, parada respiratória que dura de poucos segundos até alguns minutos.
Dessa forma, mesmo apresentando similaridades com os humanos por serem cordados, as serpentes possuem comportamento e estilo de vida diferentes, que proporcionaram à elas desenvolverem outras maneiras para sobrevivência.

 
 Escrito por Henrique Aguiar de Oliveira


Referências Bibliográficas:

ANDRADE, Antenor; PINTO, Sergio Correia; OLIVEIRA, Rosilene Santos de; Orgs. Animais de Laboratório: criação e experimentação. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002. 177 p.
TORTORA, Gerard J.; NIELSEN, Mark. Princípios da Anatomia Humana. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 843 p.
TORTORA, Gerard J.; NIELSEN, Mark. Princípios da Anatomia Humana. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 844 p.


Fontes:
Figura2: http://www.euquerobiologia.com.br/2014/08/sistema-respiratorio-anatomia-e-funcoes.html
Figura2: http://www.euquerobiologia.com.br/2014/08/sistema-respiratorio-anatomia-e-funcoes.html








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