As serpentes são vertebrados da classe Reptilia (répteis) e
ordem Squamata (escamados). Apresentam algumas características morfológicas
semelhantes aos humanos, mas também algumas peculiares. Quanto ao sistema
respiratório, as serpentes, tal como os seres humanos, possuem a respiração
pulmonar, responsável pelas trocas gasosas através dos pulmões.
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A parte interna da cavidade oral da serpente é bem peculiar, e pode
apresentar funções diferentes nos momentos de abrir e fechar a boca. A traqueia
e a glote, localizadas ventralmente, permitem a conexão e a entrada do ar para
os pulmões. Em condições normais, de boca fechada, a glote se eleva
conectando-se ao ducto nasal para que o fluxo de ar adentre até a traqueia e,
posteriormente, chegue aos pulmões. No entanto, ao capturar uma presa e, no
momento da deglutição da mesma, a glote aliada à alguns músculos da superfície bucal,
se projeta próximo a parte externa. Isso, facilita a respiração das serpentes
enquanto a boca estiver obstruída por alguma presa. Ao passo que nos seres
humanos, o ducto nasal é preenchido pelas fossas e conchas nasais, mas também
os nervos olfatórios na parte superior. Além disso, a epiglote localizada na
porção final da laringe, funciona como um alçapão que move-se para cima e para
baixo. Durante a deglutição, a laringe se eleva e, com a elevação dessa, a
epiglote se move para baixo (TORTORA; NIELSEN, 2013). Devido à esse
movimento, o corpo humano não consegue engolir e respirar ao mesmo tempo, visto
que os dois passam pela mesma cavidade. Ademais, a movimentação da epiglote nos
humanos é bem restrita, pois ela move-se, apenas, como um alçapão. A laringe,
além de impedir o conflito entre os dois sistemas, têm a função de produção da
voz. Ela apresenta estruturas denominadas pregas vocais que são as principais
para a produção. Nas pregas, são encontradas faixas de ligamentos elásticos
esticadas entre as cartilagens rígidas da laringe, como as cordas de violão
segundo Tortora e Nielsen (2013).
A traqueia tem a função de passagem de ar tanto para as
serpentes quanto aos humanos, demonstrando-se alta similaridade.
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A maioria das serpentes, apresentam o pulmão atrofiado. O pulmão
direito é bem mais desenvolvido, estendendo-se pelos dois terços do corpo, e,
em algumas espécies, podem também ter o auxílio do pulmão traqueal. Essa
adaptação auxilia na respiração após a deglutição de uma grande presa que
comprima o pulmão direito (ANDRADE; PINTO; OLIVEIRA, 2002).
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Enquanto nos humanos, possuem um par de pulmões não idênticos, na maioria
dos casos, funcionais. O pulmão esquerdo é suavemente menor, visto que ele
partilha espaço com a cavidade mediastino, onde está localizado o coração. Nas
faces externas, é visível a presença de incisuras que dividem os pulmões em
lobos. O pulmão direito é dividido por duas incisuras em três lobos. Já o
esquerdo, esse apresenta apenas uma incisura, decorrendo a formação de dois
lobos. Na parte interna, irá encontrar brônquios, bronquíolos e alvéolos
pulmonares, responsáveis pela hematose.
Para auxiliar na inspiração e expiração, o corpo humano
possui um
músculo estriado esquelético extenso, chamado diafragma, que separa a cavidade
torácica da abdominal.
Quando
em estado de relaxamento, o diafragma possui formato de arco. Durante a
inspiração, este músculo se contrai e ao distender-se aumenta a capacidade do
tórax. Nesse processo, o ar tende a entrar nos pulmões para compensar o vazio
gerado. No momento em que este músculo relaxa, o ar acumulado é expulso.
As serpentes não possuem diafragma como as pessoas. Fazem o
ar entrar e sair dos pulmões estreitando a caixa torácica, para empurrar o ar
para fora, e depois alargando-a, para criar um vácuo que suga o ar para dentro.
Esse alargamento da caixa torácica é disponível, uma vez que elas não possuem o
esterno. Após cada ciclo respiratório, elas experimentam uma apneia,
parada respiratória que dura de poucos segundos até alguns minutos.
Dessa forma, mesmo apresentando similaridades com os
humanos por serem cordados, as serpentes possuem comportamento e estilo de vida
diferentes, que proporcionaram à elas desenvolverem outras maneiras para
sobrevivência.
Referências
Bibliográficas:
ANDRADE, Antenor; PINTO, Sergio Correia;
OLIVEIRA, Rosilene Santos de; Orgs. Animais
de Laboratório: criação e experimentação. Rio de Janeiro:
Fiocruz, 2002. 177 p.
TORTORA, Gerard J.;
NIELSEN, Mark. Princípios da Anatomia Humana. 12.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 843 p.
TORTORA, Gerard J.;
NIELSEN, Mark. Princípios da Anatomia Humana. 12.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 844 p.
Fontes:
Figura2:
http://www.euquerobiologia.com.br/2014/08/sistema-respiratorio-anatomia-e-funcoes.html
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