Quando
um animal se alimenta, o seu sistema gastrintestinal responde à chegada do
alimento desencadeando uma série de
mecanismos que permitem ao sistema realizar suas funções, tornando os nutrientes
do alimento disponíveis para o seu corpo. Dentre as atividades que são
desencadeadas destacam-se: a secreção de enzimas digestivas, a secreção de
ácido e a contração de músculos. São as células nervosas, endócrinas e
pancreáticas que controlam e coordenam essas respostas (HILL; WYSE; ANDERSON, 2012).
O
processo de digestão inicia-se na boca com a presença do bolo alimentar. Quando
a mastigação se inicia, ocorre a ativação do sistema parassimpático,
consequentemente ocorre a produção de saliva a qual vai umedecer o bolo
alimentar e lubrifica-lo para deglutição. Após a mastigação o alimento é comprimido
e empurrado para trás de maneira voluntária, em direção à faringe através da
pressão realizada pela língua contra o palato, os movimentos realizados vão
permitir que o palato mole seja empurrado para cima de maneira a fechar a parte
posterior da cavidade nasal, evitando refluxo do alimento.
No
estômago o alimento vai ser armazenado até o momento de seu processamento, onde
realiza-se a mistura dos alimentos a partir de contrações peristálticas
vigorosas e com auxílio de secreções gástricas, forma-se uma mistura
semilíquida denominado quimo, esse é esvaziado lentamente para o intestino
delgado a uma vazão compatível com a digestão e a absorção adequada pelo mesmo.
O processo de digestão é desencadeado por efeitos mecânicos e químicos nas
células endócrinas, as células G presentes no estômago secretam na corrente
sanguínea o hormônio gastrina, este atinge as células principais onde induz a
produção de pepsinogênio que na presença do HCl contido no suco gástrico ativa
a produção de pepsina, que é a responsável pela digestão de proteínas, nesta
mesma situação o pepsionogênio também ativa a lipase que se origina na saliva e
no ambiente ácido do estomago realiza a digestão de lipídeos e a amilase que
digere os carboidratos.
Assim
como nos humanos, os animais respondem à chegado do alimento. Nas ostras, nos
mexilhões e nos mariscos por exemplo, as principais células que revestem o
divertículo digestivo (células responsáveis pela digestão), aumentam muito de
tamanho quando absorvem partículas alimentares. Algumas células desenvolvem
flagelos quando o alimento está presente, permitindo que o fluido e as
partículas alimentares circulem dentro do divertículo pela ação dos flagelos.
Todas essas mudanças são revertidas após o alimento ter sido processado (HILL; WYSE; ANDERSON, 2012).
Figura 1. Função gastrintestinal
coordenadas por hormônios após uma refeição
Fonte: HILL; WYSE; ANDERSON, 2012. p.138
Em
geral, humanos e animais podem sofrer mudanças em sua
fisiologia nutricional em resposta ao ambiente. Podendo ser alterada devido
três principais fatores, como em resposta da fisiologia nutricional dos
indivíduos para mudanças ambientais ao longo prazo pois, quando um animal
altera sua dieta de forma crônica, a parte da ingestão de novos tipos de
alimentos comparados ao que ele comia anteriormente desencadeia uma regulação
de enzimas digestivas e os transportadores necessários para a digestão e a absorção
dos novos alimentos. Essas mudanças ocorrem em dias ou semanas para que haja o
aumento do valor nutricional dos alimentos, que depende de como o sistema do
animal digere e absorve os nutrientes. Em algumas situações, pode-se ocorrer alterações
da expressão gênica em indivíduos em resposta à dieta, onde os constituintes ingeridos
podem alterar a expressão gênica, fenômeno decorrente de uma alteração dos
lipídeos consumidos pelo animal que consequentemente modifica a forma como vai
ser metabolizado. Outra situação ocorre em respostas evolutivas das populações
às mudanças nas condições nutricionais, sendo possível visualizar a partir de
análises comparativas evidenciando que a fisiologia digestória evolui em
paralelo com a dieta.
Escrito por Mariana Bernardes Ribeiro
Referências Bibliográficas
AIRES, Margarida de Mello et al. FISIOLOGIA. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan
Ltda., 2015.
HILL, Richard W.; WYSE,
Gordon A.; ANDERSON, Margaret. Fisiologia Animal. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. 894 p.
Nenhum comentário:
Postar um comentário