Esta semana o tema é sobre a comparação
anatômica e fisiológica dos Sistemas Esquelético e Articular!
Uma comparação entre o esqueleto humano e das aves: ênfase no esterno
Muito
se conhece sobre os sistemas esquelético e articular humano, contudo há poucos
trabalhos que os comparam com os sistemas das aves. Avaliando esses sistemas
percebemos que existem algumas semelhanças entre ossos e articulações de
humanos e aves, porém há também algumas diferenças pontuais que beneficiam cada
um desses organismos. O
esqueleto humano atua como uma carcaça do corpo, dando suporte aos tecidos
moles e promovendo pontos de fixação para a maioria dos músculos, desempenhando
uma ação importante na determinação do tipo e extensão do movimento que o corpo
é capaz de fazer. Além disso, o esqueleto protege os órgãos internos, estoca e
produz mineral, e é o local onde ocorre a hematopoiese, especificamente na
medula óssea (Fig. 1).
Figura 1. Esqueleto humano.
Os
tecidos conjuntivos flexíveis formam as articulações que unem os ossos,
permitindo algum grau de movimento. As articulações são classificadas quanto a
estrutura e a função, podendo ser fibrosas
(suturas, sindesmose e gonfose), constituídas de tecido conjuntivo fibroso;
cartilaginosas (sincondrose e
sínfise), constituídas de cartilagem hialina ou fibrocartilagem; e sinoviais, formadas por elementos
constantes e inconstantes. A estabilidade articular
funcional é uma condição necessária para realizar movimentos coordenados
durante a vida diária. Dentre os vários fatores que determinam essa
estabilidade, destaca-se a harmonia entre as superfícies articulares.
O
esqueleto das aves possui leveza e resistência, sendo a primeira garantida
graças ao processo de pneumatização dos ossos por extensões dos sacos aéreos.
Um exemplo é o úmero, principal osso pneumático nas aves. O grau de
pneumatização está diretamente relacionado com a eficiência do voo das aves. Já
a resistência, é alcançada pela fusão e supressão dos ossos e a presença de um
elevado conteúdo mineral, tornando os ossos mais duros (Fig. 2).
Figura
2.
Esqueleto das aves.
Em
relação a articulação, o maxilar é móvel em relação à abobada craniana,
movimentando-se para cima e para baixo por meio da articulação nasofrontal.
Esta mobilidade é atingida graças à articulação conjunta do arco zigomático,
palatino, pterigoide e quadrado. A articulação do carpo está representada pelo
carporradial e ulnar do carpo. A maioria dos ossos das aves desenvolve-se a
partir de um modelo cartilaginoso por meio do processo de ossificação
endocondral.
Figura 3. Comparação dos
ossos do tórax de aves e humanos.
A: esterno quilha de aves voadoras; B: localização do esterno humano. |
As
aves adaptadas ao voo apresentam diferenças na anatomia do esterno, conhecido
como esterno quilha ou esterno quilhado. Apresenta a face visceral um pouco
côncava e possui diversos forames pneumáticos, através dos quais bolsas de ar
dos sacos aéreos se incluem no osso. Na linha média da sua porção externa, que
é ligeiramente convexa, apresenta a crista esternal, ou quilha (Fig. 3A),
formando uma extensa área de inserção dos principais músculos do voo, os
músculos peitorais.
Já em seres humanos, “o
esterno é um osso plano e estreito” (TORTORA. G. J, DERRICKSON. B, 2012, p. 144).
É constituído de três partes, uma superior conhecida como manúbrio, a mediana, corpo do
esterno e a extremidade inferior, conhecida como processo xifóide (Fig. 3). Assim como nas aves, as costelas estão
ligadas ao esterno e as vértebras, formando uma “caixa” de proteção aos órgãos
internos.
CURIOSIDADE!
Você
sabia que os equinos possuem 7 vértebras cervicais, 18 torácicas, 6 lombares, 5
sacrais e 15 a 20 caudais, enquanto os humanos possuem 7 vértebras cervicais, 12
torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 4 coccigeanas?
Uma comparação entre articulação equina e humana
Uma comparação entre articulação equina e humana
Figura 4. Articulação do
joelho de equino.
A: radiografia; B: ligamentos internos, vista posterior; C: cápsula de articulação; D: ligamentos, vista lateral. |
Figura 5. Articulação do
joelho humano,
vista posterior e lateral (radiografia).
vista posterior e lateral (radiografia).
No cavalo o esqueleto se adapta
a sua estrutura. Por exemplo, crânio alongado dá espaço para os dentes enquanto
que as órbitas estão posicionadas de maneira a que o ângulo da visão do cavalo seja amplo (Fig.
6), podendo aperceber-se dos perigos durante a pastagem.
Figura 6. Esqueleto de equino.
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Escrito por: Adriele Cristina e Priscila Ferrari
REFERÊNCIAS CONSULTADAS
ARNAUT, S. A. Estudo
radiográfico das afecções do sistema esquelético de aves, São Paulo, 2006,
p. 24-26.
FONSECA,
S. T., OCARINO, J. M.e SILVA, P. L. Ajuste da rigidez muscular via sistema
fuso-muscular gama: implicações para o controle da estabilidade articular,
Revista Brasileira de Fisioterapia,v. 8,n. 3, p. 187-195, 2004.
OLIVEIRA, T.
Instituição desconhecida. Mundo dos Animais. 2014. Disponível em:
<http://www.mundodosanimais.pt/animais-de-quinta/anatomia-cavalo/> Acesso
em: 24 Mai. 2014.
ROMEU, R. Osteologia
das aves. Universidade de Évora, Departamento de Zootecnia, Lisboa, 2011.
SPENCE, A. P. Anatomia
Humana básica. 2ª ed. Tradução: Edson Aparecido Liberti, São Paulo: Manole,
1991.
TORTORA, G. J.,
DERRICKSON. B, Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia,
Editora Artmed, 2012, 8ª Edição, Porto Alegre, p. 144.
FONTE DAS IMAGENS
FONTE DAS IMAGENS
Figura 1:
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/FisiologiaAnimal/sustentacao3.php
Figura 2:
http://www.mailxmail.com/curso-observacion-identificacion-aves/esqueleto
Figura 3A:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Quilha_(aves)
Figura 3B:
http://ynersiamentau.blogspot.com.br/2014/04/sistema-esqueletico.html
Figura 4 A-B, D:
http://pt.scribd.com/doc/7677515/Anatomia-de-Cavalos
Figura 4C: http://pt.wikipedia.org/wiki/ligamento_cruzado_anterior
Figura 5: http://pt.dreamstime.com/(Raio X da
articulação do joelho, vista lateral)
Figura 6:
http://pt.scribd.com/doc/7677515/Anatomia-de-Cavalos