Essa semana foi marcada pelo Dia dos
Namorados, então por quê não falarmos sobre esse sentimento que aflora no
coração dos apaixonados nesta data?
Todas as funções do corpo humano de uma maneira geral são permanentemente controladas - em estado fisiológico - por dois grandes sistemas que atuam de forma integrada: o nervoso e o endócrino.
O sistema nervoso é
responsável pela obtenção de informações a partir do meio externo e pelo
controle das atividades corporais. Enquanto o sistema endócrino regula o metabolismo
através dos mensageiros químicos que são os hormônios.
Sistema nervoso
em humanos e em insetos
Com base
nos critérios anatômicos, o sistema nervoso humano é dividido em central e periférico.
O sistema nervoso central é composto por órgãos como encéfalo (cérebro,
cerebelo e tronco encefálico) e medula espinhal, além dos órgãos dos cinco
sentidos humanos (visão, olfato, paladar, audição e tato). Já o sistema nervoso
periférico é formado pelos nervos e os gânglios (Fig. 1).
Figura 1:
Localização do encéfalo, medula espinhal e nervos em humano.
O principal órgão do sistema
nervoso central é o encéfalo de onde parte a medula espinhal. Estes se
relacionam com os órgãos enviando comandos em forma de impulsos elétricos que
são transmitidos por nervos que tem a participação de neurônios. Os nervos que
partem do encéfalo são chamados de nervos cranianos e os que saem da medula
espinhal são chamados de nervos raquidianos ou nervos espinhais.
Ainda
em humanos, com base nos critérios funcionais, podemos dividir o sistema
nervoso em somático (aquele que relaciona o organismo com o meio ambiente) e em
visceral (aquele que se relaciona com a inervação e controle das estruturas
viscerais). Estes sistemas são compostos por neurônios aferentes e eferentes,
sendo que a região formada pelos neurônios eferentes no sistema nervoso
visceral é também chamada de sistema nervoso autônomo, podendo ser subdividido
em simpático e parassimpático.
Em
insetos (Fig. 2), o sistema nervoso consiste em um cérebro
localizado na cabeça, e um cordão nervoso localizado ventralmente, com
gânglios em cada segmento. Pode acontecer de o cordão nervoso estar fundido e haver mais segmentos do que gânglios. As células
nervosas se comunicam através das sinapses com ação de neurotransmissores, como
a acetilcolina, e os impulsos são transmitidos através de mudanças na carga
elétrica nas sinapses.
Figura 2: Sistema nervoso do gafanhoto em vista dorsal e seus nervos.
Sistema
Límbico
As regiões do sistema límbico, como
hipotálamo, amígdalas e septo (Fig. 3), recebem inervações de vias
ocitocinérgicas, as quais são regiões envolvidas na produção de emoções básicas
nos animais, como medo, ansiedade, fome, saciedade, prazer e desejo sexual.
Figura 3: Estruturas principais do sistema límbico em
humanos.
O sistema límbico é a nomenclatura atribuída às estruturas cerebrais que coordenam o comportamento emocional e os impulsos motivacionais, além de comportamentos sociais. Através do sistema nervoso autônomo, ele comanda comportamentos necessários à sobrevivência de todos os mamíferos.
A sua principal função é a integração de informações
sensitivo-sensorial com o estado psíquico interno, onde é atribuído um conteúdo
afetivo a esses estímulos, a informação é registrada e relacionada com as
memórias pré-existentes, o que leva à produção de uma resposta emocional
adequada, consciente e/ou independente da nossa vontade.
O sistema límbico, como citamos, é responsável pelo
comportamento emocional que é o conjunto de reações frente a uma sensação. Há
emoções primárias que estão relacionadas com necessidades imediatas como
alimentação (fome/saciedade), obtenção de água (sede), sexo (libido), fuga de
predadores ou outras ameaças (medo), defesa dos filhotes (ira/agressão), etc,
as quais geram comportamentos motivados. Por outro lado, as emoções secundárias
são os estados mais discriminados e complexos como ansiedade, satisfação, amor,
familiaridade e sentimentos mais subjetivos. Todas essas emoções são envolvidas
por alterações somáticas, onde geram respostas expressivas e comportamentais
involuntárias, reflexos condicionados e incondicionados que podem ser voluntários
(alegria, amor, esperança e amizade); já as alterações viscerais são as
respostas específicas para cada tipo de emoção, que é o condicionamento pessoal
(tristeza, raiva, medo e ansiedade).
Figura 4:
Relacionamento afetivo.
O
comportamento sexual em humanos e em outros animais
A
sensação de prazer é a isca arranjada pela evolução para atrair determinados
seres vivos para o acasalamento, garantindo a reprodução de suas espécies.
No
sistema límbico, a principal estrutura que governa a sensação de prazer é o septo, e as emoções agradáveis no
hipotálamo. A maioria dos chamados animais sexuados cai nessa armadilha do
desejo, mas nenhum com tanta frequência e tamanha intensidade quanto o homem
(Fig. 4).
A
espécie humana pode ser considerada a campeã do prazer sexual. Ela é capaz de
experimentar o orgasmo em qualquer época do ano, enquanto outros animais só
desfrutam desse prazer no período do cio. Para chegar ao
orgasmo, o sistema nervoso ordena, em primeiro lugar, que os
batimentos cardíacos acelerem, autorizando um derrame do hormônio adrenalina. Este hormônio neurotransmissor que atua no sistema nervoso simpático faz o coração arrancar, por um bom motivo, afinal não pode faltar sangue para os músculos na agitação do sexo. Este hormônio é liberado pelas glândulas suprarrenais, e faz com que as artérias se dilatem, facilitando a passagem do sangue que precisa estar oxigenado. Os pulmões também aumentam o ritmo de trabalho e a respiração torna-se rápida e curta. Toda essa superatividade física leva o corpo a esquentar. Os lábios humanos possuem a camada mais fina de pele do corpo humano e estão entre as áreas corporais onde se encontram maiores concentrações de receptores e transmissores sensoriais. Quando beijamos, as células da língua e de outras regiões da boca disparam mensagens para o cérebro e para o corpo, provocando emoções e reações físicas intensas. Nesse momento ocorre e liberação de ocitocina, conhecido também como “hormônio do amor”, o qual é responsável pela sensação de prazer, ao receber um abraço ou um beijo da pessoa amada, apesar da sua principal atuação estar no útero, causando contrações no momento do parto e durante o orgasmo.
orgasmo, o sistema nervoso ordena, em primeiro lugar, que os
batimentos cardíacos acelerem, autorizando um derrame do hormônio adrenalina. Este hormônio neurotransmissor que atua no sistema nervoso simpático faz o coração arrancar, por um bom motivo, afinal não pode faltar sangue para os músculos na agitação do sexo. Este hormônio é liberado pelas glândulas suprarrenais, e faz com que as artérias se dilatem, facilitando a passagem do sangue que precisa estar oxigenado. Os pulmões também aumentam o ritmo de trabalho e a respiração torna-se rápida e curta. Toda essa superatividade física leva o corpo a esquentar. Os lábios humanos possuem a camada mais fina de pele do corpo humano e estão entre as áreas corporais onde se encontram maiores concentrações de receptores e transmissores sensoriais. Quando beijamos, as células da língua e de outras regiões da boca disparam mensagens para o cérebro e para o corpo, provocando emoções e reações físicas intensas. Nesse momento ocorre e liberação de ocitocina, conhecido também como “hormônio do amor”, o qual é responsável pela sensação de prazer, ao receber um abraço ou um beijo da pessoa amada, apesar da sua principal atuação estar no útero, causando contrações no momento do parto e durante o orgasmo.
O
comportamento sexual animal assume várias formas diferentes, até
mesmo no que diz respeito à mesma espécie. Entre os animais, os pesquisadores refletem
sobre a monogamia, cruzamento genético entre espécies,
excitação sexual entre os animais a partir de objetos ou lugares, dentre outras
práticas.
Figura 5:
Acasalamento de elefantes marinhos.
Figura
6:
Elefantes marinhos em disputa por território e fêmeas.
Quando a
sexualidade animal dirige-se pelo ato reprodutivo,
é frequentemente denominado acasalamento ou cópula.
Para a maioria dos animais mamíferos,
o acasalamento ocorre no ponto de cio, o período mais fértil do ciclo
reprodutivo da fêmea. No caso de leões marinhos, um
macho copula com muitas fêmeas (Figs. 5 e 6). Durante as épocas de reprodução,
os machos dessa espécie, que são muito maiores e mais pesados do que as fêmeas,
vêm para a costa e estabelecem territórios de reprodução. Eles param de comer e
defendem seus territórios com constantes brigas violentas. Eles formam haréns,
que são grupos com mais de 50 fêmeas, sendo considerados poligâmicos dentro de
seus territórios, mantendo os outros machos afastados. Somente os machos mais
pesados podem ter territórios e reproduzir, os outros se reúnem em grupos de
solteiros e passam a maior parte do seu tempo tentando entrar nos haréns para
uma cópula rápida. Estes animais usam a agressão interespecífica que são os
ataques dirigidos a membros da própria
espécie em contextos de competição por recursos (fêmeas ou alimento) e a
expressão visceral que possui uma ativação simpática generalizada. Associado a
isso, a expressão somática, muito rica, é repleta de mensagens como abaixamento
de orelha, vocalizações e expressões faciais.
Escrito por: Laura
Ribeiro e Priscila Ferrari
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em: <http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso3.asp> Acesso em: 7 Jun. 2014.
FONTE DAS IMAGENS
Figura
1: http://www.alunosonline.com.br/biologia/nervos-sistema-nervoso-periferico.html
Figura 2: http://neuroinformacao.blogspot.com.br/2012/08/o-sistema-limbico.html
Figura 3: http://www.pucrs.br/fabio/histologia/tecnerv/Insetos/SN.htm
Figura 2: http://neuroinformacao.blogspot.com.br/2012/08/o-sistema-limbico.html
Figura 3: http://www.pucrs.br/fabio/histologia/tecnerv/Insetos/SN.htm
Figura
4: http://cultcarioca.blogspot.com.br/2013/06/artur-da-tavola-dia-dos-namorados.html
Figuras 5 e 6: http://www.gamesbrasil.com.br/forum/showthread.php/68533-Ge%C3%B3rgia-do-Sul-lar-de-milh%C3%B5es-de-ping%C3%BCins-aves-focas-le%C3%B5es-e-elefantes-marinhos
Figuras 5 e 6: http://www.gamesbrasil.com.br/forum/showthread.php/68533-Ge%C3%B3rgia-do-Sul-lar-de-milh%C3%B5es-de-ping%C3%BCins-aves-focas-le%C3%B5es-e-elefantes-marinhos