sexta-feira, 30 de maio de 2014

Comparando e descobrindo os sistemas esquelético e articular

Esta semana o tema é sobre a comparação anatômica e fisiológica dos Sistemas Esquelético e Articular!

Uma comparação entre o esqueleto humano e das aves: ênfase no esterno
Muito se conhece sobre os sistemas esquelético e articular humano, contudo há poucos trabalhos que os comparam com os sistemas das aves. Avaliando esses sistemas percebemos que existem algumas semelhanças entre ossos e articulações de humanos e aves, porém há também algumas diferenças pontuais que beneficiam cada um desses organismos. O esqueleto humano atua como uma carcaça do corpo, dando suporte aos tecidos moles e promovendo pontos de fixação para a maioria dos músculos, desempenhando uma ação importante na determinação do tipo e extensão do movimento que o corpo é capaz de fazer. Além disso, o esqueleto protege os órgãos internos, estoca e produz mineral, e é o local onde ocorre a hematopoiese, especificamente na medula óssea (Fig. 1).

 
                                                  Figura 1. Esqueleto humano.

Os tecidos conjuntivos flexíveis formam as articulações que unem os ossos, permitindo algum grau de movimento. As articulações são classificadas quanto a estrutura e a função, podendo ser fibrosas (suturas, sindesmose e gonfose), constituídas de tecido conjuntivo fibroso; cartilaginosas (sincondrose e sínfise), constituídas de cartilagem hialina ou fibrocartilagem; e sinoviais, formadas por elementos constantes e inconstantes. A estabilidade articular funcional é uma condição necessária para realizar movimentos coordenados durante a vida diária. Dentre os vários fatores que determinam essa estabilidade, destaca-se a harmonia entre as superfícies articulares.
         O esqueleto das aves possui leveza e resistência, sendo a primeira garantida graças ao processo de pneumatização dos ossos por extensões dos sacos aéreos. Um exemplo é o úmero, principal osso pneumático nas aves. O grau de pneumatização está diretamente relacionado com a eficiência do voo das aves. Já a resistência, é alcançada pela fusão e supressão dos ossos e a presença de um elevado conteúdo mineral, tornando os ossos mais duros (Fig. 2).

                     Figura 2. Esqueleto das aves.

Em relação a articulação, o maxilar é móvel em relação à abobada craniana, movimentando-se para cima e para baixo por meio da articulação nasofrontal. Esta mobilidade é atingida graças à articulação conjunta do arco zigomático, palatino, pterigoide e quadrado. A articulação do carpo está representada pelo carporradial e ulnar do carpo. A maioria dos ossos das aves desenvolve-se a partir de um modelo cartilaginoso por meio do processo de ossificação endocondral.


                                  Figura 3. Comparação dos ossos do tórax de aves e humanos.
                                  A: esterno quilha de aves voadoras; B: localização do esterno humano.

As aves adaptadas ao voo apresentam diferenças na anatomia do esterno, conhecido como esterno quilha ou esterno quilhado. Apresenta a face visceral um pouco côncava e possui diversos forames pneumáticos, através dos quais bolsas de ar dos sacos aéreos se incluem no osso. Na linha média da sua porção externa, que é ligeiramente convexa, apresenta a crista esternal, ou quilha (Fig. 3A), formando uma extensa área de inserção dos principais músculos do voo, os músculos peitorais.
Já em seres humanos, “o esterno é um osso plano e estreito” (TORTORA. G. J, DERRICKSON. B, 2012, p. 144). É constituído de três partes, uma superior conhecida como manúbrio, a mediana, corpo do esterno e a extremidade inferior, conhecida como processo xifóide (Fig. 3). Assim como nas aves, as costelas estão ligadas ao esterno e as vértebras, formando uma “caixa” de proteção aos órgãos internos.


CURIOSIDADE!
Você sabia que os equinos possuem 7 vértebras cervicais, 18 torácicas, 6 lombares, 5 sacrais e 15 a 20 caudais, enquanto os humanos possuem 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 4 coccigeanas? 

Uma comparação entre articulação equina e humana
Como nos seres humanos, o esqueleto de um equino possui a mesma função, suportando os músculos e os órgãos internos e dando sustentação; no caso desses animais, mobilidade suficiente devido suas articulações. As articulações são formadas por ossos, que são cobertos por cartilagem e são ainda constituídas por uma cápsula que produz um lubrificante sinovial e por ligamentos que seguram os ossos (Fig. 4). Do mesmo modo como se pode ver na articulação em humanos (Fig. 5).

                                                                 


                                                 Figura 4. Articulação do joelho de equino.
                                                 A: radiografia; B: ligamentos internos, vista posterior; 
                                                 C: cápsula de articulação; D: ligamentos, vista lateral.
 
    Figura 5. Articulação do joelho humano,
vista posterior e lateral (radiografia).


No cavalo o esqueleto se adapta a sua estrutura. Por exemplo, crânio alongado dá espaço para os dentes enquanto que as órbitas estão posicionadas de maneira a que o ângulo da visão do cavalo seja amplo (Fig. 6), podendo aperceber-se dos perigos durante a pastagem.

                                   Figura 6. Esqueleto de equino.



Escrito por: Adriele Cristina e Priscila Ferrari


REFERÊNCIAS CONSULTADAS
ARNAUT, S. A. Estudo radiográfico das afecções do sistema esquelético de aves, São Paulo, 2006, p. 24-26.
FONSECA, S. T., OCARINO, J. M.e SILVA, P. L. Ajuste da rigidez muscular via sistema fuso-muscular gama: implicações para o controle da estabilidade articular, Revista Brasileira de Fisioterapia,v. 8,n. 3, p. 187-195, 2004.
OLIVEIRA, T. Instituição desconhecida. Mundo dos Animais. 2014. Disponível em: <http://www.mundodosanimais.pt/animais-de-quinta/anatomia-cavalo/> Acesso em: 24 Mai. 2014.
ROMEU, R. Osteologia das aves. Universidade de Évora, Departamento de Zootecnia, Lisboa, 2011.
SPENCE, A. P. Anatomia Humana básica. 2ª ed. Tradução: Edson Aparecido Liberti, São Paulo: Manole, 1991.
TORTORA, G. J., DERRICKSON. B, Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia, Editora Artmed, 2012, 8ª Edição, Porto Alegre, p. 144. 

FONTE DAS IMAGENS
Figura 1: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/FisiologiaAnimal/sustentacao3.php
Figura 2: http://www.mailxmail.com/curso-observacion-identificacion-aves/esqueleto
Figura 3A: http://pt.wikipedia.org/wiki/Quilha_(aves)
Figura 3B: http://ynersiamentau.blogspot.com.br/2014/04/sistema-esqueletico.html
Figura 4 A-B, D: http://pt.scribd.com/doc/7677515/Anatomia-de-Cavalos
Figura 4C: http://pt.wikipedia.org/wiki/ligamento_cruzado_anterior
Figura 5: http://pt.dreamstime.com/(Raio X da articulação do joelho, vista lateral)
Figura 6: http://pt.scribd.com/doc/7677515/Anatomia-de-Cavalos