quinta-feira, 13 de julho de 2017

Comparando o sistema digestório humano com o das aves

Segundo Tortora (2013), o sistema digestório dos humanos é constituído por dois grupos de órgãos: o trato gastrointestinal e os órgãos acessórios da digestão. O trato gastrointestinal, ou canal alimentar, é um tubo contínuo que se estende da boca até o ânus através da cavidade torácica e abdominopélvica. Os órgãos do trato gastrointestinal compreendem boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso. Os órgãos acessórios da digestão são dentes, língua, glândulas salivares, fígado, vesícula biliar e pâncreas. As funções do sistema digestório são seis: ingestão, secreção, mistura e propulsão, digestão (mecânica e química), a mecânica faz o corte e a trituração dos alimentos com auxílio dos dentes e a química realiza a degradação em moléculas menores que podem ser absorvidas, absorção e defecação.
O processo de digestão se inicia na boca que é a porção inicial do sistema digestório, no qual compreende os dentes para a trituração do alimento, a língua, que auxilia no transporte e gustação, e as glândulas salivares, que umedecem e amolecem os alimentos. Depois o alimento passa pela faringe e segue para o esôfago, um órgão túbulo-muscular, que, através de movimentos peristalse (contrações), encaminha o alimento para o estômago, uma dilatação do tubo digestório entre o esôfago e o intestino delgado. O estômago atua como uma área de mistura e reservatório, dividido em quatro regiões: cárdia, fundo, corpo e piloro. Do estômago o alimento segue para o intestino delgado, a porção mais longa do tubo digestório e onde ocorre a maior parte da digestão que depende das atividades do pâncreas, fígado e vesícula biliar. O intestino delgado forma alças na parte central e inferior da cavidade abdominal, sendo dividido em três regiões: duodeno, jejuno e íleo, que se abre no intestino grosso, porção final onde ocorre a absorção de água, íons e vitaminas formando as fezes que depois são eliminadas.




Figura 1. Representação do trato digestório dos humanos.


Já o sistema digestivo das aves apresenta algumas modificações em relação a outros vertebrados, como a ausência de dentes e a presença somente de glândulas salivares sublinguais. O excesso de alimento que processam é mantido no esôfago, e estocado temporariamente no papo que é a porção mais dilatada em forma de saco. De acordo com Pough (2003), a forma do estômago das aves está relacionada com sua dieta. As aves carnívoras e piscívoras (que comem peixes) precisam expandir as áreas de estocagem para acomodar grandes volumes de alimentos moles; as que comem insetos e sementes precisam de um órgão muscular, que possa contribuir para a trituração mecânica do alimento. O trato gástrico das aves é divido em duas câmaras distintas: um estômago glandular chamado de proventrículo e um muscular caudal, a moela, que tem como função o processamento mecânico do alimento. O intestino delgado, assim como o obervado em seres humanos, é o principal local da digestão química, podendo ser enrolado ou formar alças. Já o intestino grosso é relativamente curto, além de possuir um ou dois cecos, na junção dos intestinos. A porção final é a cloaca, que estoca temporariamente os produtos residuais, enquanto a água é reabsorvida.


Figura 2. Representação do trato digestivo das aves.


Escrito por Samuel Henrique de Sousa Silva


Referências bibliográficas

TORTORA, Gerard J.; NIELSEN, Mark T. Princípios de anatomia humana. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
POUGH, Harvey; JANIS, Christine M.; HEISER, John B. A vida dos vertebrados. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2003.
ORR, Robert T. Biologia dos vertebrados. 5. ed. São Paulo: Roca, [20--?].

Referências de imagens

segunda-feira, 10 de julho de 2017

CORAÇÃO ANFÍBIO X CORAÇÃO HUMANO

1. O coração dos anfíbios

As larvas dos anfíbios dependem de brânquias e da pele para realizar trocas gasosas, enquanto os adultos nas espécies com metamorfose completa perdem as brânquias e desenvolvem pulmões. Durante o desenvolvimento dos animais, ocorre uma progressiva perda da função respiratória das brânquias, e consequentemente os arcos da artéria aorta mudam de papel (HARVEY; JANIS; HEISER. 2008).

O átrio do coração pode ser dividido anatomicamente por um septo em câmara direita e esquerda, ou padrões de fluxo de sangue oxigenado e desoxigenado, mantidos separados mesmo dentro dessa câmara não completamente dividida. O sangue proveniente das veias sistêmicas flui para o lado direito do coração e o sangue proveniente dos pulmões flui para o lado esquerdo. O ventrículo apresenta uma subdivisão variável. As relações anatômicas dentro do coração são tais que o sangue rico em oxigênio, retornando ao coração a partir das veias pulmonares, entra no átrio esquerdo, que o injeta no lado esquerdo do ventrículo. Após a contração do ventrículo, o sangue parte para o tronco arterioso (HARVEY; JANIS; HEISER. 2008. p. 252).


Do tronco arterioso se origina a carótida, que supre a cabeça e os arcos aórticos sistêmicos. Assim, quando os pulmões estão sendo ventilados, o sangue rico em oxigênio, que deles retorna ao coração, é distribuído para os tecidos da cabeça e do corpo. Já o sangue pobre em oxigênio, ao entrar no átrio direito é direcionado para a metade dorsal do tronco arterioso. Este sangue segue para os pulmões onde será oxigenado. Quando a pele é o principal mecanismo de troca gasosa, como ocorre nas larvas, o maior teor de oxigênio está nas veias sistêmicas que drenam o tegumento (HARVEY; JANIS; HEISER. 2008).



Figura 1: Adulto sem brânquias. O número 3, 4,5 e 6 indicam os arcos da aorta.



Figura 2: Circulação sanguínea no coração de um anfíbio. À esquerda, padrão de fluxo quando os pulmões estão sendo ventilados; à direita, fluxo quando somente a respiração cutânea está ocorrendo.



 2.     O Coração Humano
O coração humano é um órgão muscular oco, com quatro câmaras: átrio direito, átrio esquerdo, ventrículo direito e ventrículo esquerdo. Os átrios são porções menores e se localizam na parte superior do coração são separados pelo septo interatrial, os ventrículos são porções maiores que formam o ápice, separados pelo septo interventricular (SPENCE, 1991).
Segundo Spence (1991), as quatro câmaras do coração podem ser caracterizadas do seguinte modo:
 - Átrio direito: Forma a margem direita do coração, recebe o sangue por três veias: veia cava superior e inferior além do seio coronário. Sua estrutura é constituída de paredes, uma posterior lisa, e outra anterior enrugada, devido às cristas musculares bem desenvolvidas os músculos pectíneos.
·        - Ventrículo direito: Maior face anterior, constituído por cristas, feixes elevados de fibras musculares cardíacas, chamadas de trabéculas cárneas, a valva atrioventricular direita é conectado por cordas tendíneas, que, por sua vez estão conectadas as trabéculas cárneas pelos músculos papilares.
·         - Átrio esquerdo: Maior parte da base recebe sangue proveniente dos pulmões, pelas veias pulmonares. Constituído por paredes posterior e anterior lisas, a valva atrioventricular esquerda ou mitral possui duas válvulas.
·          - Ventrículo esquerdo: Forma o ápice do coração, possui trabéculas cárneas e cordas tendíneas que ancoram as válvulas.
Por causa da separação das câmaras cardíacas do lado direito com as do lado esquerdo através dos septos (interatrial e interventricular), o coração funciona como uma bomba dupla. Cada um possui uma câmara de recebimento que são os átrios e a uma de propulsão os ventrículos. No lado direito (Circulação Pulmonar) recebe o sangue do circuito sistêmico (vasos do corpo) e o transporta para circuito pulmonar, o sangue venoso chega a esse átrio direito através da veia cava superior, veia cava inferior e do seio coronário (veias cardíacas). Após o sangue passa para o ventrículo direito, que impulsiona para o tronco pulmonar e artérias pulmonares, até a rede de capilares onde retira o gás carbônico e recebe oxigênio. O lado esquerdo (Circulação Sistêmica) recebe sangue recentemente oxigenado do circuito pulmonar e leva para o circuito sistêmico, retorna ao átrio esquerdo, pelas veias pulmonares, que passa ao ventrículo esquerdo que propulsiona para o interior da aorta e desta para o corpo (TORTORA; GRABOWSKI, 2002).



Figura 3: Vista anterior da secção frontal de um coração humano.


Escrito por Abu-Bakr Adetayo Ariwoola






 Referencias Bibliográficas

Harvey F. Pough; Janis Christine M; Heiser John B. A vida dos invertebrados. –4. Ed—São Paulo: Atheneu Editora, 2008.
SPENCE, Alexander P. Anatomia humana básica. Tradução Mario de Francisco. São Paulo: Manole, 1991.
TORTORA, Gerald J; GRABOWSKI, Sandra Reynolds. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 9ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.