sexta-feira, 20 de abril de 2018

TROCAS GASOSAS NO EMBRIÃO DE AVES X FETO HUMANO


Tudo que o embrião de uma ave precisa para sobreviver é encontrado dentro do ovo onde ele se desenvolve, com exceção de um componente, o oxigênio (O2). Para que ocorram as trocas gasosas, a casca possui poros que permitem a passagem tanto deste gás, quanto de gás carbônico (CO2) e vapor de água. Em seu exterior, a casca do ovo é constituída de carbonato de cálcio, que confere sua rigidez, mas na parte interior há a presença de duas membras moles, nomeadas de membrana externa e interna da casca, respectivmente, ambas mais permeáveis aos gases em relação a primeira. Depois de passar pelos poros da casca do ovo, o O2 se difunde para o sangue do embrião através da membrana corioalantóica (bastante vascularizada) (figura 1 e figura 2). Já o CO2, faz o processo inverso ao sair para o meio externo.
No decorrer do desenvolvimento embrionário, o ovo vai perdendo água e consequentemente aumentando seu espaço aéreo, além disso, o embrião consome cada vez mais O2 e produz mais CO2, no entanto, a permeabilidade da parte dura da casca permanece constante. Tudo isso, gera um aumento gradativo no gradiente dos gases, até que, antes da eclosão, a ave perfura a membrana da célula de ar (câmara aérea), iniciando a respiração pulmonar. Tempos depois, ela rompe a casca com seu bico e segue seu ciclo de vida.






Figura 1: Ovo de ave em pleno desenvolvimento embriológico


Figura 2: Diagrama da via de difusão entre o ar e o sangue do embrião através da casca do ovo na região da célula de ar.


Diferentemente dos embriões das aves, o feto humano recebe O2 e elimina CO2 através do sangue materno por meio da circulação fetal. O O2 presente no sangue materno chega à placenta por meio dos vasos sanguíneos da parede uterina (artérias endometriais). Destes vasos, ele passa para os espaços intervilosos por meio de difusão e em seguida se difunde para o sangue fetal através dos capilares fetais (figura 3). A partir daí o O2 é levado para as demais regiões do feto através da veia umbilical (presente no cordão umbilical) (figura 4).
Já o sangue desoxigenado, contendo CO2, retorna à placenta por meio das artérias umbilicais para realizar outra troca gasosa (figura 4). Ao chegar aos capilares presentes na placenta, o CO2 passa para os espaços intervilosos, também por meio de difusão, e em seguida se difunde para as veias uterinas da mãe (figura 3). Ao chegar no sangue materno, este CO2 vai ser levado para os pulmões onde vai participar das trocas gasosas maternas



 Figura 3 – Esquema de uma placenta atermo. Note a relação entre a decidual basal, o córion viloso e a capa citotrofoblástica. Observe a circulação placentária fetal e a circulação placentária materna, e que as artérias umbilicais transportam sangue pouco oxigenado e a veia umbilical, sangue rico em oxigênio.

 




Figura 4: Circulação fetal 

Para contextualizar, assista o vídeo: https://www.facebook.com/nprskunkbear/videos/334102496994890/

Escrito por Rafael Galisa de Oliveira


RefereReferencias consultadas:
GALO, A. L. M. Placenta e membranas fetais. 2015. Disponível em: <http://www.dacelulaaosistema.uff.br/?p=702>. Acesso em: 10 abr. 2018.
RANDALL, D.; BURGGREN, W.; FRENCK, K. Eckert - Fisiologia animal: mecanismos e adaptações. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. p. 509.
SCHMIDT-NIELSEN, K. Fisiologia animal: adaptação e meio ambiente. 5. ed. São Paulo: Editora Santos, 2002. p. 47-49.
TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios de anatomia humana. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. p. 573-576.
Fonte das imagens:
Figura 1 (adaptada de): SANTOS, D. Testes de embriologia. 2010. Disponível em: <https://djalmasantos.wordpress.com/2010/12/05/testes-de-embriologia-44/>. Acesso em: 10 abr. 2018.
Figura 2 (adaptada de): RANDALL, D.; BURGGREN, W.; FRENCK, K. Eckert - Fisiologia Animal: Mecanismos e Adaptações. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. p. 509.
Figura 3 (adaptada de): GALO, A. L. M. Placenta e membranas fetais. 2015. Disponível em: <http://www.dacelulaaosistema.uff.br/?p=702>. Acesso em: 10 abr. 2018.
Figura 4 (adaptada de): AUTOR DESCONHECIDO. Circulação fetal. Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/272186371204336196/>. Acesso em: 10 abr. 2018.