sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Dentes: humanos e tubarões

Os dentes humanos em conjunto desempenham as funções básicas de proteção, mastigação e auxiliam no processo de formação da fala. Estes se fixam nos ossos por meio de fibras colágenas (ligamento periodontal) formando uma articulação chamada gonfose.
Os dentes decíduos ou dentes de leite são menos calcificados em relação aos permanentes. Na dentição decídua temos o total de vinte dentes, dez na arcada dentaria superior e dez na inferior. Além de ser importante para preparar o caminho dos dentes permanentes, esta ainda equilibra o crescimento dos músculos e ossos (maxila e mandíbula). Quando adultos passamos a ter trinta e dois dentes na arcada dentaria completa, dezesseis em cada arco dental.



Figura 1 - Dentição decídua à esquerda (20 dentes) e dentição permanente à direita (32 dentes).

O dente é basicamente formado por raiz, coroa e colo, sendo composto por dentina e revestido por esmalte. A raiz é a parte do dente que se prende aos ossos da mandíbula e maxila. Já a coroa é a parte branca do dente, ou seja, a parte que se projeta pra fora da gengiva. O colo é a parte entre a raiz e a coroa, onde podemos encontrar a dentina que é um tecido conjuntivo avascular, rica em sais de cálcio e formada por fibrilas de colágeno.




Figura 2 - Partes do dente em corte longitudinal.

Cada dente tem uma forma variada, e pra cada um deles é atribuída uma função específica. Os dentes incisivos são cuneiformes e espatulados, estes cortam o alimento em partículas menores. Já o ato de rasgar/dilacerar é realizado pelos dentes caninos os quais tem uma ponta nítida e são maiores do que os incisivos.



Figura 3 - Dentes incisivos e caninos comparados a objetos.


A trituração é feita pelos pré-molares e os molares, suas formas são complexas e apresentam sulcos e depressões acentuadas. Estes reduzem o alimento para que se torne mais fácil o processo de deglutição/ingestão. 


Figura 4 - Dentes pré-molar e molar comparado a objetos.


Os dentes sisos são os terceiros molares, assim, atribuímos à mesma função e forma dos primeiros e segundos. 


Comparando:

Existem muitas espécies diferentes de tubarões, os quais podem ser encontrados em oceanos de todo o mundo. Estes são um dos predadores mais perigosos entre os animais oceânicos. Eles comem uma variedade grande de animais distintos, incluindo peixes, focas e leões marinhos.  Seus dentes afiados podem cortar quase qualquer coisa como uma faca, pois são feitos de fosfato de cálcio, um material muito resistente. Estes têm cerca de cinco fileiras de dentes e podem ser trocados aproximadamente 20 mil vezes ao longo de suas vidas.  Ao contrário dos humanos, seus dentes são fixados na gengiva e ligados a mandíbulas por um tecido fino que proporciona a facilidade na reposição caso algum dente se quebre ou desgaste.


Figura 5 - Fileiras de dentes em fóssil.

Existem três tipos de classificações básicas para dentes de tubarões:
1) Triangular e largo com bordas serrilhadas.
2) Finos e longos em forma de adaga.
3) Achatados e agrupados em placas.
Assim como nos seres humanos, os dentes dos tubarões são compostos de dentina e também são cobertos de esmalte. Porém, a morfologia dos dentes de tubarões é nítida se comparado aos seres humanos, pois, cada espécie tem um tipo de dentição que difere de acordo com sua dieta. Nos tubarões tigre, branco e touro, por exemplo, os dentes são largos, serrilhados e em forma de triangulo, projetados para cortar pedaços de carne de grandes presas.
Existe uma fórmula para calcular o tamanho de um tubarão com base no tamanho do dente triangular: medir o comprimento de um lado do dente em polegadas, em seguida, multiplicar por dez para obter o comprimento total do tubarão em pés.


Figura 6 - Dentes de tubarão branco.


O tubarão limão e o tubarão mako ou anequim popularmente conhecido, são exemplos de espécies que tem dentes finos que cortam e seguram peixes e presas pequenas.



Figura 7 - Dentes de tubarão limão.

Alguns tubarões como o lixa e o enfermeira tem dentes cônicos ou achatados e agrupados em placas. Estes são usados para esmagar caranguejos, moluscos e pequenos peixes.



Figura 8 - Dentes de tubarão enfermeira.


Curiosidades:         
  • ·         Algumas espécies de tubarão como o cinzento dos recifes têm dois tipos de dentes, longos e finos na mandíbula e triangulares e largos na maxila.
  • ·         Os tubarões podem ter até 120 dentes ao mesmo tempo, dependendo da espécie pode se encontrar mais.
  • ·         Os dentes dos tubarões são a parte mais provável do seu corpo para fossilizar. Muitos dentes fossilizados foram encontrados incluindo o de Megalodon (Carcharodon megalodon)  os dentes se assemelham ao do tubarão branco porem são aproximadamente 4 vezes maior. Esse tubarão viveu entre 16-20 milhões de anos atrás, estimasse que ele tivesse cerca de 20 metros de comprimento e pesasse mais ou menos 50 toneladas.



Escrito por Thamires Souza


Referências:
Figura 2: Disponível em: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/digestao2.php Acesso em: 20 Fev 2017.
Figura 3: Disponível em: http://www.hs-menezes.com.br/anatomia_6.html Acesso em: 20 Fev 2017.
Figura 4: Disponível em: http://www.hs-menezes.com.br/anatomia_6.html Acesso em: 20 Fev 2017.
Figura 5: Disponível em: http://janeladoconsultorio.blogspot.com.br/2012/07/dente-de-bicho-parte-i.html Acesso em: 20 Fev 2017.
Figura 6: Disponível em:  https://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-dentes-do-tubaro-branco-image55740278 Acesso em: 20 Fev 2017.
Figura 8: Disponível em: http://keywordsuggest.org/gallery/329614.html Acesso em: 20 Fev 2017.
Anatomia dentária Disponível em: http://www.hs-menezes.com.br/anatomia_6.html Acesso em: 20 Fev 2017.
Anatomia do dente, 5ª edição online Disponível em: http://pt.slideshare.net/flavioes/livro-anatomia-do-dente Acesso em: 20 Fev 2017.
Mundo marinho Disponível em: http://mundomarinhobr.blogspot.com.br/2011/11/tubaroes-dentes.html Acesso em: 20 Fev 2017.
All about sharks Disponível em: http://www.enchantedlearning.com/subjects/sharks/index.html Acesso em: 20 Fev 2017.
Shark anatomy Disponível em: http://www.enchantedlearning.com/subjects/sharks/anatomy/Teeth.shtml  Acesso em: 20 Fev: 2017.
 Acesso em: 20 Fev 2017.




segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Comparando o pâncreas humano com o pâncreas dos cães

O pâncreas humano é uma glândula que mede de 15 a 25 cm aproximadamente e localiza-se no abdômen, posterior ao estômago situado entre o duodeno e o baço e é anatomicamente dividido em 3 partes: cauda, corpo e cabeça.




Figura 1. Divisão anatômica do pâncreas.



Ele possui duas funções principais distintas: a função endócrina, que se responsabiliza pela produção de hormônios, como a insulina e o glucagon, que controlam o nível glicêmico no sangue e a função exócrina, responsável pela produção de enzimas e sucos digestivos relacionadas à digestão de carboidratos, lipídeos e proteínas, auxiliando também no metabolismo dos nutrientes.
Pelo fato de ter funções diferentes, os pâncreas endócrino e exócrino são formados por células de diferentes especializações, por exemplo, a parte endócrina é formada por conglomerados de células denominadas como ácinos que produzem o suco pancreático. Misturados aos ácinos, existem as Ilhotas de Langerhans que são as responsáveis pelos hormônios que controlam o nível de glicose no sangue.
Existem algumas patologias relacionadas ao pâncreas, e é importante tomar algumas medidas de precauções para evitá-las. Por exemplo, pessoas que excedem no consumo de álcool e possuem cálculos na vesícula biliar têm maior predisposição para desenvolver alguma disfunção pancreática. Algumas delas são:
·         Diabetes: É uma doença crônica em que o corpo é pouco capaz, ou incapaz, de produzir insulina ou não consegue empregar de maneira adequada a insulina produzida. Quando a pessoa tem diabetes, o nível glicêmico mantém-se alto no sangue e pode causar danos aos órgãos, vasos e nervos.
·         Câncer no pâncreas: Ocorre o crescimento de células pancreáticas tumorosas.
·         Pâncreas anular: Uma malformação congênita em que uma fina banda de tecido pancreático cobre uma porção do duodeno causando sua obstrução (pode ser resolvido com cirurgia).
·         Pâncreas divisum: É uma anomalia congênita em que os ductos pancreáticos não se formam durante a gestação (pode ser resolvido com cirurgia).
·         Pâncreas ectópico: É caracterizado pela presença de tecido pancreático em outros órgãos (pode ser tratado com remédios ou cirurgia).
·         Pancreatite: Uma inflamação do pâncreas que, geralmente, é causada por cálculos da vesícula que se movem para junto do ducto pancreático causando obstrução.

Conhecendo a anatomia do pâncreas dos cães

            A maior diferença entre o pâncreas dos humanos e o pâncreas dos cães é quanto ao formato, pois nos caninos esse órgão tem o formato de um V, localizado junto à flexura cranial do duodeno e têm basicamente as mesmas funções que o pâncreas dos seres humanos. O lobo direito é mais delgado e segue no mesoduodeno e o lobo esquerdo, mais espesso e curto estende-se sobre a superfície caudal do estômago em direção ao baço, no omento maior.


 
            Figura 2. Morfologia e localização dos pâncreas dos cães.
           
Distribuição anatômica da árvore ductal pancreática do cão

O ducto pancreático principal localiza-se numa posição entre a parede duodenal e o parênquima pancreático e apresenta extensão média de 0,45cm entre a papila duodenal maior e o início de sua bifurcação quando, então, divide-se no ramo ascendente ou superior, que se dirige para as porções do corpo e da cauda do órgão e no ramo descendente ou inferior, que se direciona para a região do processo uncinado do pâncreas canino.


Figura 3. Desenho esquemático da árvore ductal pancreática do cão.

No caso dos cães a doença mais relacionada ao pâncreas é a pancreatite, porém não há estimativas confiáveis quanto a sua prevalência nestes animais. São muitas as causas de pancreatite em cães, algumas delas são: elevados níveis de gordura na dieta; outras doenças endócrinas como a diabetes e o hiperadrenocorticismo, uso inadequado de medicamentos, predisposição genética por algumas raças, dentre muitas outras coisas que podem levar à inflamação pancreática.
            Os principais sintomas de pancreatite em cães são:
·         Vômitos constantes;
·         Diarreia;
·         Dificuldade na respiração;
·         Emagrecimento progressivo;
·         Dores abdominais;
·         Desidratação;
·         Apatia e depressão.

Porém esses sintomas também podem estar relacionados à outras doenças, então assim que esses sintomas forem percebidos, um médico veterinário deve ser procurado.


Escrito por André Fernandes.



Referências bibliográficas

MORISSET, Jean. Funções Pancreáticas Exócrinas, Funções Gastrointestinais, Nestle Nutrition Workshop Series, Programa Pediátrico nº 46, 2000. Nestec S.A. Avenue Nestlé 55, CH-1800 Vevey, Suíça.
FRAZÃO, Dr. A. Pâncreas, Anatomia do Pâncreas. Disponível em: <https://www.tuasaude.com/>. Acesso em: 21 de out. 2016.
VARELLA, Drauzio. Corpo Humano, Pâncreas. Publicado em: 11 de abr. 2014. Disponível em:  <https://drauziovarella.com.br/>. Acesso em: 20 de out. 2016.
FARIA, P. F. Diabetes Mellitus em Cães. Acta Veterinaria Brasílica, v.1, n.1, p.8-22, 2007.

SILVA, D. Pancreatite nos cachorros: sintomas e tratamento. Publicado em 11 de nov. 2015. Disponível em: <http://www.clubeparacachorros.com.br/>. Acesso em: 21 de out. 2016.