sábado, 4 de novembro de 2017

PUBERDADE E MATURAÇÃO SEXUAL MASCULINA: HUMANOS X “PEIXES”

Nos humanos a puberdade é o conjunto de transformações que marcam o amadurecimento sexual e o inicio da fertilidade (AIRES, 2008). Nos meninos, a puberdade é caracterizada pelo surgimento da secreção pulsátil de LH (hormônio luteinizante) durante o sono, sinalizando assim uma reativação da pulsatilidade do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). Com o tempo, nota-se que há um aumento também da produção de LH no período diurno e esse aumento deve-se tanto á liberação mais intensa de GnRH pelo hipotálamo quanto á maior sensibilidade da hipófise ao estimulo hipotalâmico (AIRES, 2008).

Em seguida, ocorre o crescimento e amadurecimento testicular, sendo o FSH (hormônio folículo - estimulante) responsável, e há aumento significativo na produção de testosterona e inicio da espermatogênese. Assim, a maturidade sexual é obtida em torno dos 16 aos 18 anos, quando os níveis de testosterona no sistema encontra-se ente 10 a 30 ng/ml e nesse período a produção de espermatozoides é elevada e a maior parte dos caracteres sexuais secundários já se completou (AIRES, 2008).


Figura 1 – Eixo hipotálamo-hipófise testículo
Fonte: https://momentofisioex.files.wordpress.com/2013/10/testosterona2.jpg?w=604&h=404

Já em relação aos peixes, o desenvolvimento e maturação gonadal são controlados por fatores ambientais como a temperatura, fotoperíodo, pluviosidade, entre outros; e genéticos, sendo regulados por uma rede molecular de sinais (ANDRADE et al, 2015), e os mesmos são percebidos pelo organismo e acionam neuromodulaçoes na atividade do eixo hipotálamo-hipófise (figura 2) que iniciam a primeira maturação sexual ou puberdade (ALMEIDA, 2013).  Nos mamíferos, o início da puberdade é associado à frequência de liberação do hormônio luteinizante (LH), enquanto que nos peixes, o hormônio FSH (hormônio folículo-estimulante) tem mais relevância nessa fase, assim, como resposta a liberação de GnRH na hipófise, inicia-se a síntese e liberação de FSH, estimulando as atividades gonadais (ALMEIDA, 2013).


Figura 2 – Eixo hipotálamo- hipófise em peixes
Fonte: http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/v37n2/pag174-180%20(RB455).pdf

Portanto, durante o período da reprodução, ocorre a liberação da kisspeptina por regiões do encéfalo, inclusive no hipotálamo, sendo que a mesma estimula a produção e liberação de GnRH pelo hipotálamo, e após ser secretado, estimula a adenohipófise a produzir as gonadotrofinas (LH e FSH) que ao cair na corrente sanguínea, as mesmas chegam nas gônadas e estimulam a produção de hormônios esteroides sexuais os quais são responsáveis por proporcionar a maturação sexual dos indivíduos  e o desenvolvimento de caracteres sexuais secundários (ANDRADE et al, 2015).  



                        Escrito por Carolina Monteiro de Almeida



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AIRES, M. M et al. Fisiologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
 ALMEIDA, F. L. Endocrinologia aplicada na reprodução de peixesRev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.37, n.2, p.174-180, abr./jun. 2013. Disponível em: <http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/v37n2/pag174-180%20(RB455).pdf>. Acesso: Outubro, 2017.
ANDRADE, E. S. Biologia reprodutiva de peixes de água doce. Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.39, n.1, p.195-201, jan./mar. 2015. Disponível em: <http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/v39n1/pag195-201%20(RB573).pdf>. Acesso: Outubro, 2017. 

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Sistema Tegumentar: Humanos e Platyhelminthes


Muitas pessoas conhecem somente como “pele”, no entanto, estamos falando sobre o maior órgão do nosso corpo, o qual faz parte de um sistema, o tegumentar.  Este sistema é composto de três camadas: a epiderme, a derme e a hipoderme (Figura 1).




Figura 1. Tegumento Humano



A primeira camada é avascular, se encontra na região mais periférica deste sistema, é integrado por quatro tipos de células diferentes, sendo que a predominante são os queratinócitos (células produtoras de queratina). E se subdivide em mais cinco estratos (Figura 2):
Ø    Estrato córneo: Estrato mais externo; está submetido à reciclagem contaste das células e se constitui de 20 a 30 camadas de queratinócitos mortos e achatados.
Ø Estrato lúcido: Possui somente queratinócitos mortos e achatados e se particulariza por estar, exclusivamente, presente em membros os quais apresentam pele glabra (mais grossa e sem pelos).
Ø    Estrato granular: Nesta camada há grânulos de proteínas e filamentos de queratina. Frequentemente ocorre a apoptose (morte celular) devido à falta de oxigênio.
Ø     Estrato espinhoso: Penúltima camada, mais interna, possui de oito a dez camadas de queratinócitos e células de Langerhans (são facilmente danificadas pelos raios UV e são responsáveis pelas respostas imunes).
Ø   Estrato basal: Finalmente, chegamos ao estrato mais proximal, nele é possível encontrar queratinócitos, melanócitos (produtoras de melanina) e células de Merkel, a qual se tipifica por fazer contato com neurônios, ou seja, podem ser consideradas células táteis.
Figura 2. Anatomia da Epiderme

A segunda camada do sistema tegumentar é a derme. Este revestimento é mais complexo que a epiderme e também se divide em duas partes (Figura 3):
Ø Papilar: Nesta camada se situam as papilas dérmicas (“digitais”) e as fibras colágenas e elásticas, é importante salientar que as estrias surgem a partir do rompimento desta.
Ø Reticular: Esta parte da derme está fixada à hipoderme, possui fibras elásticas e colágenas, adipócitos (armazenam gordura), vasos sanguíneos, nervos, folículos pilosos (estrutura capaz de produzir os pelos) e glândulas.
Figura 3. Anatomia da Derme



A terceira, e não menos importante, é a hipoderme ou tela subcutânea. Esta é a camada intermediária entre a derme e o músculo, local o qual há receptores de tato (corpúsculo de piccini) e ocorre o armazenamento de gordura.   
O Filo Platyhelminthes foi o primeiro grupo a apresentar simetria bilateral, terceiro folheto embrionário e cefalização. Além disso, neste grupo, se originou dois tipos de epiderme: ciliada e sincicial. E suas funções são de proteção, trocas gasosas e excreção (Figura 4). 

Figura 4. Filo Platyhelminthes

Ø Epiderme ciliada: Este tipo de tegumento está presente nos seres da Classe Turbellaria. Esta epiderme é unilaminar, ciliada e sustentada por uma membrana basal. Ademais, possuem estruturas únicas do filo Platyhelminthes, como os rabditos (células em forma de bastão que libera um muco protetor). E no caso dos simbiontes, glândulas adesivas, cílios adesivos ou ventosas musculares (Figura 5).       

Figura 5. Epiderme Ciliada


Ø Epiderme sincial: Este tipo de resvestimento está presente nas classes que possuem plateomintos parasitas e surgiu a partir da Classe Neodermata (Neo = novo + dermata = derme), a qual possui esse nome devido a esta sinapormofia.  A epiderme sincicial se caracteriza por possuir uma cutícula de revestimento e pelo núcleo da celúla epitelias se localizar abaixo da membrana basal. Tal traço evolutivo permitiu uma maior permeábilidade, devido ao habito de parasitismo (Figura 6). 

Figura 6. Epiderme Sincial

Em suma, é possível perceber algumas estruturas em comum, como é possível observar tabela 1. Mas também podemos evidenciar que o sistema tegumentar humano é mais complexo do que a epiderme dos platelmintos.

Escrito por Gabriel Britto

Referências Bibliográficas
DO NASCIMENTO, Fábio Santos. Invertebrado II. 2009.
DOMINGUES, Marcus Vinicius. Filo Platyhelminthes. In: BRUSCA Richard C; BRUSCA, Gary J. Invertebrados. Segunda. ed. [S.I]: Guanabara Koogan, 2007. Cap.10, p.295-330.
TORTORA. G.J; NIELSEN. M.T, Princípios da anatomia. 12. Ed