quinta-feira, 9 de junho de 2016

Anatomia comparada do sistema esquelético de peixes ósseos e tartarugas marinhas

Peixes ósseos

Os peixes ósseos são formados por um endoesqueleto, dividido em esqueleto axial (crânio, vértebras e costelas) e apendicular (componentes de sustentação das nadadeiras).


Figura 1: Divisão esquelética dos peixes ósseos.

O crânio em geral é uma estrutura rígida com função de proteger e armazenar o encéfalo e outros órgãos sensoriais em animais vertebrados. O mesmo se localiza anteriormente à coluna vertebral, e em alguns peixes ósseos, o crânio pode ser dividido em dois de acordo com a sua origem embrionária. O neurocrânio é de origem endocondral, onde uma cartilagem é sucedida por ossos, e tem como função proteger o cérebro e as cápsulas neurais (óptica, olfatória e auditiva). E o dermatocrânio que é formado por ossos de origem dérmica (maxila, palato, mandíbula, opérculo e órbitas). O neurocrânio e o dermatocrânio formam o condrocrânio no qual os ossos são, na maioria das vezes, pequenos e em grande número. As articulações de todo o crânio são ligadas a coluna vertebral isso faz com que o peixe não consiga virar a cabeça de um lado para o outro.


Figura 2: Ossos do crânio de um peixe ósseo moderno.

A coluna vertebral é  a principal estrutura de apoio para os músculos que o peixe usa para nadar. Ela é formada por vértebras compostas por uma parte central e uma dorsal. A parte central é uma estrutura compacta e a dorsal é onde está localizada a medula espinhal. Nas vértebras do tronco se localizam as costelas, que protegem os órgãos internos desta região.


Figura 3: Vértebras pré-caudais.

As barbatanas são divididas em impares (dorsal, anal e caudal) e pares (peitoral e pélvicas), e são mantidas por "raios" ósseos ou cartilaginosos, dependendo da espécie. Devido à bexiga natatória presente em peixes ósseos, estes não precisam das barbatanas para flutuar, servindo necessariamente para se movimentar na água.



Figura 4: Barbatanas em destaque.






Tartarugas marinhas

As tartarugas ou quelônios são répteis que se caracterizam por sua carapaça óssea. O sistema ósseo é dividido em endoesqueleto (ossos internos) e exoesqueloto (carapaça e plastão). O endoesqueleto assim como nos peixes, é dividido em axial (cabeça, vértebra e costelas) e apendicular (membros e pelve).


Figuras 5,6 e 7: Referentes ao esqueleto axial e ao apendicular; A interação dos ossos e a carapaça.



O crânio é formado por neurocrânio e esplancnocrânio, um abriga o crânio e o outro recobre. É uma estrutura relativamente grande, em geral, com uma mandíbula forte e ossos pequenos. As formas dos ossos são características de cada espécie.


Figura 8: Vista dorsal dos ossos do crânio.



Figura 9: Vista ventral dos ossos do crânio.



Figua 10: Vista lateral dos ossos do crânio.

A coluna vertebral é dividida em 8 vértebras cervicais, sendo que a oitava está fundida a carapaça assim como as vértebras torácicas (que são 10) e as costelas. As tartarugas têm de 2 a 3 ossos sacrais e  em média 12 caudais. Nas fêmeas os ossos caudais costumam ser menos numerosos, menores e mais largos.



Figura 11: Vértebras cervicais (Não mostra a oitava pois a mesma está fundida com a carapaça).



Figura 12: Vértebras caudais e sacro.

As nadadeiras são compostas pelo úmero, radio, ulna, carpais, metacarpais e 5 falanges. Os osso da nadadeira exceto as falanges, são curtos e pequenos. Em adultos estes ossos são fundidos por tecido fibroso.


Figura 13: Ossos da nadadeira ou pata das tartarugas.

O casco protege e envolve o corpo da tartaruga, é formado pela carapaça (parte superior) e o plastrão (parte inferior). Na maioria das tartarugas é formado por ossos unidos por queratina, porém em algumas o número de ossos reduziu e ao invés de queratina elas possuem um casco mole ou coberto por couro.
O casco costuma ser composto por 50 ossos cobertos por 26 placas de queratina, e no plastrão 11 ossos e  12 placas de queratina. Em algumas espécies de tartarugas o plastrão funciona como uma dobradiça e assim elas conseguem se esconder dentro do casco.
Uma curiosidade sobre o casco é que ele se regenera facilmente, e a cada ano que passa novas camadas de queratina são depositadas nas placas. Essa deposição em algumas espécies formam anéis, os chamados anéis de crescimento. Porém, isso não informa necessariamente a idade do animal pois com o passar do tempo estes tendem a desaparecer.


Figura 14: Divisões do casco.



Escrito por Thamires Souza


Referências:

BEMVENUTI DE A.M. Osteologia comparada entre as espécies de peixes-rei Odontesthes Evermann & Kendall (Osteichthyes, Atherinopsidae) do sistema lagunar Patos-Mirim, no extremo sul do Brasil. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-81752005000200001 Acesso em 07 de Junho de 2016.

FOSTER, R. SMITH,M. Shells: Anatomy and Diseases of Turtle and Tortoise Shells. Disponiível em: http://www.peteducation.com/article.cfm?c=17+1797&aid=2700. Acesso em 28 de Maio de 2016.

WYNEKEN, J. The Anatomy of Sea Turtles. Disponível em: http://www.sefsc.noaa.gov/turtles/TM_470_Wyneken.pdf. Acesso em 28 de Maio de 2016.

Sea Turtle Anatomy. Disponível em: http://www.turtletime.org/sea-turtle-facts/sea-turtle-anatomy. Acesso em 28 de Maio de 2016.

External Fish Anatomy. Disponível em: http://myfwc.com/fishing/freshwater/fishing-tips/anatomy/. Acesso em 03 de Junho de 2016.

Apostila Reduzida de Anatomia Comparada. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/1700679/apostila-reduzida-de-anatomia-comparada/4. Acesso em 04 de Junho de 2016.

Figura 1: Disponível em: ://segundoanobiologia.blogspot.com.br/2013/10/peixes.html. Acesso em 03 de Junho de 2016.

Figura 2: Disponível em: http://www.earthlife.net/fish/skeleton.html. Acesso em 04 de Junho de 2016.
Figura 3: Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbzool/v22n2/25128.pdf. Acesso em 04 de Junho de 2016.

Figura 4: Disponível em: http://filochordata.zip.net/ Acesso em 04 de Junho 2016.

Figura 5 a 13: Disponível em: http://www.sefsc.noaa.gov/turtles/TM_470_Wyneken.pdf. Acesso em 28 de Maio de 2016.

Figura 14: Disponível em: http://www.avph.com.br/. Acesso em 28 de Maio de 2016.


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