terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Sistema Nervoso: Comparação entre Humanos e Oligochaetas.



Sistema Nervoso Humano

Segundo Tortora e Nielsen (2013), o sistema nervoso tem como funções: receber e processar informações, analisá-las e gerar respostas. Ou seja, permitir a interação entre o organismo e o meio ambiente.

Organização anatômica:

     - Sistema nervoso central (SNC): É composto pelo encéfalo, que é constituído por telencéfalo; diencéfalo: tálamo, hipotálamo e epitálamo; cerebelo e tronco encefálico, e pela medula espinal, e são reciprocamente contínuos através do forame magno do occipital. Este sistema processa a entrada de muitos tipos diferentes de informações sensoriais, sendo também a fonte dos pensamentos, das emoções e memórias.
A maior parte dos impulsos nervosos que estimula a contração dos músculos e a secreção das glândulas originam-se neste sistema.





Figura 1.  Estruturas do Sistema Nervoso Central.



- Sistema nervoso periférico (SNP): Composto de todas as estruturas nervosas fora da parte central, como os nervos cranianos e seus ramos, os nervos espinais e seus ramos, os gânglios, os plexos entéricos e os receptores sensoriais.


● Nervos cranianos: numerados de I a XII, emergem da base do encéfalo.
- axônios, tecido conjuntivo e vasos sanguíneos;
- situado fora do encéfalo e da medula espinal;
● Nervos espinais: Emergem da medula espinal, cada um inervando uma região específica nos lados direito e esquerdo(31 pares).
● Gânglios: são pequenas massas de tecido nervoso, consistindo basicamente em corpos de células nervosas, localizados fora do encéfalo e da medula espinal( estão intimamente relacionados aos nervos cranianos e espinais)
● Receptores sensoriais: ​são estruturas que monitoram alterações no ambiente externo e interno.

Organização Funcional:


O sistema nervoso coordena uma série complexa de tarefas, permitindo sentidos e ações, além disso, gera sinais que controlam os movimentos corporais e regula a operação dos órgãos internos.
Função sensitiva: Os receptores sensitivos detectam estímulos internos e externos. Os neurônios chamados sensitivos conduzem essa informação sensitiva para o encéfalo e a medula espinal, por meio dos nervos espinais e cranianos.
Função integrativa(controle):

-Integração da informação sensitiva;

-Percepção consciente dos estímulos sensoriais;

- Função motora (efluxo): O sistema nervoso estimula uma resposta motora apropriada.

Do ponto de vista funcional, o sistema nervoso apresenta a divisão autônoma, que subdivide-se em sistema simpático e parassimpático, para o controle da atividade das vísceras principalmente, e a divisão somática,  responsável pela inervação da musculatura esquelética.


 
Figura 2. Divisão do  Sistema Nervoso Autônomo, em Simpático e Parassimpático.
Fonte: <https://blogdoenem.com.br/biologia-sistema-nervoso/>

Sistema Nervoso em Oligochaeta

Os oligoquetas são uma subclasse do filo Annelida, compondo mais de 6.000 espécies de minhocas, anelídeos de água doce e algumas espécies marinhas. Possuem arquitetura corporal característica, pela presença de segmentos ou anéis, e por isso  muitas vezes são chamados de vermes segmentos. São protostômios, ou seja, desenvolvem durante seu processo embrionário a boca antes do ânus, possuem simetria bilateral e três folhetos embrionários (ectoderme, mesoderme e endoderme), com presença de celoma, que é uma cavidade revestida pela mesoderme, onde nesta cavidade serão alojados os órgãos internos do animal.
Segundo Brusca e Brusca (2007),  o sistema nervoso central de oligoquetas consiste em: um gânglio cerebral supra-entérico unido a um cordão nervoso ventral ganglionar por conectivos circum- entéricos e um gânglio sub-entérico.
O gânglio cerebral origina diversos nervos protostomiais que se dirigem para a parte anterior, a maioria dos quais é sensorial.
Os conectivos circum-entéricos e os gânglios segmentares originam nervos motores e sensoriais para a parede do corpo e para diversos órgãos a cada segmento. O gânglio sub-entérico é responsável por iniciar  a locomoção dos segmentos, envolvendo os gânglio segmentares.
Os oligoquetas também possuem células especiais dentro da musculatura da parede do corpo que servem como receptores de tensão. Estas unidades sensoriais fornecem um retorno ao cordão nervoso ventral sobre o estado dos músculos em cada segmento e assim constituem um sofisticado sistema para a coordenação da contração e relaxamento dos músculos segmentares durante a locomoção e escavamento.




Figura 3. Sistema Nervoso em Oligochaetas
Fonte: Brusca e Brusca (2007).p.440


Portanto, apesar de Oligochaetas serem considerados animais com funcionamento e estrutura mais simples na escala evolutiva, pode-se notar que possui um sistema de controle capaz de realizar e atender suas necessidades. Quando comparado ao humano, pode-se observar a ausência de um sistema central, capaz de gerar respostas adequadas a estímulos, por exemplo, pois é composto basicamente por gânglios, que são responsáveis por originar nervos e controlar a parte sensorial.



 Escrito por Leticia Rodrigues Pinheiro



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


TORTORA, Gerard J.; NIELSEN, Mark T.. Princípios de Anatomia Humana. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia Humana. 23. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

BRUSCA, Richard C.; BRUSCA, Gary J.. Invertebrados. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Sistema esquelético dos seres humanos e dos oligoquetas.




Os anelídeos da classe Olygochaeta são animais do grupo Trochozoa e são muito importantes na filtração e enriquecimento do solo. Estes possuem um habitat variável podendo usar o solo para formar galerias, abrigo, mas, também, alimentação. São animais segmentados de corpo mole, com sistema digestivo completo. O filo Annelida apresenta características muito diferentes dos seres humanos. Quanto ao sistema esquelético, os anelídeos portam o esqueleto hidrostático e os humanos, o ósseo.


Figura 1. Oygochaeta

Muitos anelídeos como os oligoquetos, exibem um componente muscular na sua locomoção, no qual ondas de contração alternadas das musculaturas circular e longitudinal geram ondas peristálticas retrógadas que aumentam a atividade locomotora. Nas minhocas por exemplo, os segmentos estão estacionários quando a musculatura circular está relaxada e a longitudinal contraída. O movimento é direcionado para a região de certos segmentos, eles se alongam e exercem uma força para trás contra o chão através de pontos de apoio para ocasionar uma tensão para que o animal se locomova. A tendência era o animal deslizar, mas isto é evitado pelas cerdas.



Figura 2. Movimento de um Olygochaeta.


 Essas ondas de contrações ocasionam um aumento da pressão no corpo do indivíduo. Entretanto, como esses animais são septados, a pressão é localizada e não prejudica o animal. O momento registrado onde há maior pressão é quando estão penetrando no substrato. O celoma nesses indivíduos é dividido junto aos segmentos e, esses são esqueletos hidrostáticos separados, com seu próprio volume constante. 

Figura 3. Corte transversal de um Olygochaeta. 

Essa segmentação traz um ponto positivo na questão de gasto enérgico dos oligoquetos, uma vez que o movimento é direcionado e o líquido não se distribui no corpo inteiro. Comparando com nematelmintos, que também possuem o esqueleto hidrostático, o gasto desses é bem maior devido ao corpo deles não serem segmentados, movimentando o líquido por todo o corpo.

 O sistema esquelético dos seres humanos é completamente diferente. Possui um sistema ósseo, composto por vários tipos de formas e tamanhos, desde longos, curtos, irregulares, planos ou sesamóides. O sistema é dividido em esqueleto axial que estão na parte central do corpo, crânio, vértebras, tórax e a coluna vertebral, mas também em apendicular que são os ossos que ligam no esqueleto axial. Têm-se como exemplo os membros superiores e inferiores. Além disso, esse sistema possui a função de produção de células sanguíneas e armazenamento de íons.

Figura 4. Esqueleto Humano



Esqueleto Axial

O crânio é formado por 28 ossos (14 da face, 8 da caixa craniana e 6 do ouvido interno) muito resistentes. Alguns destes como o palato e a caixa craniana, como um todo, é ligada pelas suturas.  Essa resistência é devido a função de proteger o cérebro e os órgãos do sentido.
A coluna vertebral é formada por vertebras aliadas à cartilagens, a maioria, irregulares. Essa região ajuda no equilíbrio do corpo e do amortecimento dos choques. Possui 24 vértebras independentes e 9 que estão fundidas na região do sacrococcígea.
Das 24 vértebras independentes, 7 são cervicais, 12 são torácicas e 5 lombares. Há uma diferença no tamanho e na estrutura entres essas regiões. As cervicais possuem um processo bífide, as torácicas apresentam as fóveas costais e as lombares um corpo robusto. 





Figura 5. Crânio Humano


O tórax é constituído por 12 pares de costelas que estão ligadas nas vértebras torácicas. Dentre esses 12 pares, 7 chamam-se de verdadeiras, uma vez que estão ligadas ao esterno; os três seguintes são considerados falso, pois estão ligados entre si. Já os dois últimos pares, não se ligam a nenhum osso e são chamadas de flutuantes. Essas auxiliam na respiração e na proteção dos órgãos internos.
Esqueleto Apendicular
A região superior está o úmero, um osso longo que compõe o braço, articula-se com o rádio e a ulna e, posteriormente, os carpais, metacarpais e falanges. Ademais, a escápula que é um osso plano liga-se ao úmero e a clavícula se articula com o esterno e a escápula também estão inclusos.
 A região inferior é constituída pelo quadril, que estão os ossos ilíacos (ísquio, íleo e púbis). A união desses ossos forma a pelve, que nas mulheres é mais larga e com uma cavidade maior. Essa diferença é para auxiliar no momento do parto.
Além disso, o esqueleto apendicular também está incluso o fêmur o osso mais longo do corpo humano. A patela que é um osso sesamóide articulado com o fêmur. A tíbia e a fíbula que também são ossos longos, ajudam à suportar o peso e mover o pé. E por último, mas não menos importante, os tarsais, metatarsais e as falanges formando os pés. Conclui-se que os dois sistemas esqueléticos, embora sua complexidade seja diferente, conseguem trazer a função de sustentar o corpo para a sobrevivência destes.



Escrito por Henrique Aguiar de Oliveira




Referências Bibligráficas

BARNES, R. S. K.; P. CALOW; P. J. W. OLIVE & D. W. GOLDING. 2008. Os invertebrados. Uma síntese. Atheneu, São Paulo.

TORTORA, G.J.; NIELSEN, M. Princípios da Anatomia Humana. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
 








Figura 5: http://www.anatomiadocorpo.com/esqueleto-humano-sistema-esqueletico-ossos/cranio/