sexta-feira, 20 de junho de 2014

Sistema circulatório: humanos versus répteis

        As funções básicas do sistema circulatório humano (Fig. 1A) são levar material nutritivo e gases às células; transportar produtos residuais do metabolismo celular, desde os locais onde foram produzidos até órgãos encarregados de eliminá-los; proteger o organismo contra perda sanguínea por meio da coagulação e contra os micro-organismos pelo sistema imunológico; além de realizar regulação hormonal e da temperatura corporal. O coração possui um formato de um cone truncado, apresentando uma base, um ápice e faces (esternocostal, diafragmática e pulmonar). E está situado na cavidade torácica, atrás do esterno, acima do músculo diafragma, sobre o qual em parte repousa, no espaço entre os dois sacos pleurais, denominado mediastino.
                                         Figura 1: Sistema circulatório humano (A) e réptil (B).

As mesmas funções são desempenhadas por este sistema nos répteis, exceto em relação à regulação da temperatura, que nos répteis é realizada através do aumento do ritmo de batimentos cardíacos, aumentando o bombeamento de sangue através do corpo e por consequência a taxa de troca de calor. Isso implica em esquentar ou esfriar num menor tempo. Além disso, por possuírem o coração com três câmaras, os répteis (Fig. 1B) são capazes de realizar desvios cardíacos, ou seja, enviar sangue do ventrículo para a circulação pulmonar ou sistêmica, e evitar um dos circuitos. O sangue, ao ser desviado para a circulação pulmonar, entra em contato com as superfícies respiratórias úmidas, podendo perder calor por resfriamento evaporativo. Desviando desse circuito, se evita resfriar o sangue mandando-o de volta para o corpo e ainda aumentando a taxa de aquecimento.

O sistema circulatório é dividido em:
Sistema cardiovascular, com vasos (artérias, veias e capilares), o coração e o sangue.
Sistema linfático, com vasos, capilares, troncos, ductos, linfonodos, tonsilas e linfa.
Órgãos Hemopoiéticos, como a medula óssea e timo (órgãos linfáticos primários), e o baço (órgão linfático secundário).

As estruturas do coração em humanos incluem o pericárdio, valvas, artérias, veias e capilares, os quais suprem de sangue o músculo cardíaco. O pericárdio consiste de uma capa fibrosa externa e de uma membrana serosa interna. A camada interna, o pericárdio visceral, adere ao coração e torna-se a camada mais externa do mesmo, o epicárdio.
O coração humano é constituído por quatro câmaras: átrio direito, átrio esquerdo, ventrículo direito e ventrículo esquerdo. Os átrios se localizam na parte superior do coração, e os ventrículos localizam-se na parte posterior e constituem o principal volume do órgão. Vários vasos sanguíneos de grande calibre entram e saem do coração pela sua base e margem superior, como veia cava superior e veia cava inferior, artéria troncopulmonar, veias pulmonares e artéria aorta (Fig. 2).
Sistema cardiovascular, com vasos (artérias, veias e capilares), o coração e o sangue.
Sistema linfático, com vasos, capilares, troncos, ductos, linfonodos, tonsilas e linfa.
Órgãos Hemopoiéticos, como a medula óssea e timo (órgãos linfáticos primários), e o baço (órgão linfático secundário).
As estruturas do coração em humanos incluem o pericárdio, valvas, artérias, veias e capilares, os quais suprem de sangue o músculo cardíaco. O pericárdio consiste de uma capa fibrosa externa e de uma membrana serosa interna. A camada interna, o pericárdio visceral, adere ao coração e torna-se a camada mais externa do mesmo, o epicárdio.
O coração humano é constituído por quatro câmaras: átrio direito, átrio esquerdo, ventrículo direito e ventrículo esquerdo. Os átrios se localizam na parte superior do coração, e os ventrículos localizam-se na parte posterior e constituem o principal volume do órgão. Vários vasos sanguíneos de grande calibre entram e saem do coração pela sua base e margem superior, como veia cava superior e veia cava inferior, artéria troncopulmonar, veias pulmonares e artéria aorta (Fig. 2).

                                         Figura 2: Anatomia externa do coração humano.

Existem dois tipos de valvas localizadas no coração humano (Fig. 3), as valvas atrioventriculares localizadas entre os átrios e ventrículos (tricúspide no lado direito e bicúspide, no esquerdo), e as valvas semilunares (pulmonar e aórtica) localizadas entre os ventrículos e a artéria pulmonar.

                                                      Figura 3: Valvas do coração humano.

Nos répteis, o coração fica na parte anteroventral do tórax e é formado por um pequeno seio venoso, duas aurículas e dois ventrículos que são imperfeitamente separados. Pode-se considerar que o coração possui apenas três cavidades: dois átrios e um ventrículo separados pelo septo de Sabatierque, que é parcialmente partido (Fig. 4).

                                              Figura 4: Anatomia interna do coração de répteis.

O lagarto Tupinambis merianae (Fig. 5), conhecido popularmente como lagarto-do-papo-amarelo ou teiú, é uma espécie diurna ectodérmica, ou seja, absorve calor de fontes externas, para poder elevar sua temperatura corpórea. Quando um réptil aumenta o ritmo de batimentos cardíacos, o seu bombeamento de sangue também aumenta e por consequência a taxa de troca de calor aumentará, sendo o inverso também verdadeiro.

                                                 Figura 5: Lagarto Tupinambis merianae.

Algumas constatações podem ser feitas quando comparamos o coração do homem e do lagarto:
1) o coração de um réptil é mais simples em relação ao coração humano, em relação ao número de câmaras.
2) o fato de possuir apenas três câmaras (dois átrios e um ventrículo) permite aos répteis realizar desvios cardíacos, exceto os crocodilianos; o que não é possível em humanos que possuem quatro câmaras (dois átrios e dois ventrículos).
3) nos répteis os sangues arterial e venoso não se misturam e possuem dupla circulação, se assemelhando aos humanos.

A circulação é dividida em grande e pequena circulação:
Grande circulação ou sistêmica: Tem início no ventrículo esquerdo à artéria aorta à sistemas corporaisà veias cava superior e inferior à átrio direito. Em resumo refere-se a circulação coração-tecidos-coração.
Pequena circulação ou pulmonar: Tem início no ventrículo direito à artéria tronco pulmonar à pulmões à veias pulmonaresà átrio esquerdo. Em resumo refere-se a circulação coração-pulmão-coração.

Pressão arterial
É a pressão exercida pelo sangue contra a parede das artérias, quando é bombeado pelos ventrículos e penetra nesses vasos sob pressão. O homem tem pressão arterial média de 120 x 80 mmHg; entretanto,  quando analisamos outros organismos, temos uma surpresa (Tabela 1). Por exemplo, a tartaruga tem pressão arterial média de 34 x 29 mmHg e os sapos de 35 x 24 mmHg.
                                  Tabela 1. Pressão arterial em mamíferos e aves.

O fluxo sanguíneo dos humanos depende do diâmetro e do comprimento do vaso, e da viscosidade do sangue. Esse fluxo pode ser controlado por regulação neural ou humoral, por exemplo, quando temos uma emoção muito grande o fluxo sanguíneo aumenta devido à regulação neural. O mesmo ocorre com os animais quando escutam fogos de artifício e o coração dispara. Por outro lado, tartarugas e escamados tem a capacidade de alterar o fluxo do sangue de acordo com a necessidade respiratória e de temperatura. 
CURIOSIDADE!                             
O fluxo sanguíneo em répteis é controlado através de diferenças de pressão entre o circuito sistêmico e pulmonar, e pela contenção e liberação do sangue remanescente na cava venosa. Desvios na circulação, feitos pelo próprio organismo, são utilizados para que o animal tenha as condições necessárias para a sua sobrevivência; com isso, o sangue fica circulando e o calor recebido do ambiente é mantido no corpo. Esse mecanismo evita que o réptil disperse calor pela respiração enquanto se aquece ao sol. Esses mesmos desvios são utilizados durante períodos em que o animal não está respirando, em mergulho, por exemplo. Assim, o animal economiza o ar que está nos pulmões e aproveita o máximo de oxigênio que está no sangue sistêmico.

Escrito por: Adriele Cristiana e Maria Paula Carvalho


REFERÊNCIAS CONSULTADAS

COLUNISTA PORTAL. O Sistema Circulatório dos Répteis. 2012. Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/biologia/artigos/23736/osistema-circulatorio-dos-repteis>. Acesso em: 14 Jun. 2014.

JACOB, S.W.; FRANCONE, C.A.; LOSSOW, W.J. Anatomia e Fisiologia Humana. 5ª ed. Tradução: Carlos Miguel Gomes Sequeira, Rio de Janeiro: Guanabara, 1990.

SPENCE, A. P. Anatomia Humana básica. 2ª ed. Tradução: Edson Aparecido Liberti, São Paulo: Manole, 1991.

TENÓRIO, A. UNIFAP. Sistema Circulatório. 2012. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABmn8AH/sistema-circulatorio>. Acesso em: 14 Jun. 2014.

VEIGA, M.; NOSKOSKI, M.; BEVILACQUA, M.; ROMANI, R.; ROMANI, R.; ROMANI, R.; RITTER, F.; OLIVEIRA, D. S.Emprego das técnicas de vinilite e criodesitratação para Evidenciar a anatomia do sistema circulatório de um Lagarto (tupinambis merianae), RAMVI, Getúlio Vargas, v. 01, n. 01, p. 98-105, 2014.

TAVANO, T.P. Coração dos Vertebrados: Filogenia, Revista Eletrônica de Ciências, v. 46, São Carlos, 2014. Disponível em: <http://www.cdcc.sc.usp.br/ciencia/artigos/ art_46/aprendendo.html>. Acesso em: 10 Jun. 2014.


FONTE DAS IMAGENS E TABELAS
Figura 1: http://www.infoescola.com/anatomia-humana/sistema-venoso/ e
http://www.monografias.com/circulacion-animal/circulacion-animal.shtml
Figura 2: http://dc248.4shared.com/doc/0AXBC9hm/preview.html
Figura 3: http://dc248.4shared.com/doc/0AXBC9hm/preview.html
Figura 4: http://negritosbio.blogspot.com.br/p/anfibios-e-repteis.html
Figura 5: http://ecoblogando.wordpress.com/2009/03/25/espcies-brasileiras-tei-tupinambis-merianae/
Tabela 1: http://scienceblogs.com.br/eccemedicus/2009/02/a-origem-da-pressao-arterial-i/