domingo, 10 de dezembro de 2017

Plexo braquial humano X Plexo braquial do bicho-preguiça-de-coleira

       O sistema nervoso permite a interação ente o organismo e o meio ambiente, ou seja, a partir dele que podemos captar os cinco sentidos (visão, paladar, tato, audição e olfato); estimular os pensamentos; arquivar memórias e praticar exercícios físicos. Este sistema se divide em dois:
A primeira porção é denominada, Sistema Nervoso Central, sua composição se da por duas estruturas: o encéfalo e a medula espinal. Esta parte central organiza diferentes tipos de informações (inclusive os cinco sentidos especiais) e pensamentos, provoca a maioria dos impulsos nervosos responsáveis pela contração muscular.
A segunda parte é o Sistema Nervoso Periférico, o qual é constituído pelos nervos cranianos, nervos espinais (se ramificam a partir das vertebras) e suas ramificações, gânglios, plexos entéricos e receptores sensoriais. Este sistema ainda se subdivide em somático (interação com o meio externo) e autônomo (manutenção do meio interno [SNA simpatico e SNA parassipático]).
O plexo braquial se encontra no Sistema Nervoso Periférico e distribui quase todos os nervos dos ombros e membros superiores.

Nos seres humanos o plexo se origina dos nervos C5-C8 e T1. 

Os principais nervos irão se ramificar a partir dos troncos, os quais são subdivisões das raízes (ramos anteriores dos nervos espinais). 
Como observado na Figura 2 1 o plexo braquial é composto incialmente por três troncos (superior, médio e inferior), os quais se dividem em três fascículos (lateral, posterior e medial).



Figura 2. Plexo Braquial Humano

Na imagem 2 é possível observar a origem de alguns nervos, entre eles o nervo axilar, nervo radial, nervo musculocutâneo e nervo toracodorsal. Na tabela 1, abaixo relacionada, é possível observar quais são os músculos que recebem alguns dos nervos abaixo.


Figura 3 . Plexo Braquial Humano em detalhe

Os bichos-preguiça são conhecidos como animais dorminhocos, lentos e carinhosos (e realmente são). Poucas pessoas sabem, mas cinco das seis espécies conhecidas de bichos-preguiça, podem ser encontradas no território brasileiro.  Este mamífero possui uma peculiaridade  além de sua lentidão, que é a capacidade de girar sua cabeça 270° (duzentos e setenta graus), sem precisar movimentar seu corpo.
Por viverem a maior parte de suas vidas nas árvores, possuem braços fortes. Tal fator exigiu uma maior adaptação dos músculos e nervos do membro superior. A seguir mostraremos um pouco sobre o plexo braquial do bicho-preguiça-de-coleira ( Bradypus torquatus Illiger, 1811) que possui esse nome, devido a uma mancha na região do pescoço.
Esta estrutura no B. torquatus possui a mesma função do que nos seres humanos, no entanto se diferencia em relação à origem do plexo braquial, a organização fundamental e a quantidade de nervos cervicais, os quais são dez pares.

Nesta espécie de bicho-preguiça, o plexo braquial se origina dos nervos espinais C7-C10 e T1 e T2, sendo que esta é variável. Diferentemente dos humanos, os nervos espinais originam, diretamente, dois troncos (cranial e caudal) os quais se unem formando um tronco comum. Este por sua vez se ramifica emitindo dois fascículos que a partir deste irá formar todos os nervos do plexo. Na imagem 3 é possível observar a alguns nervos, entre eles o nervo axilar (NA), nervo radial (NR),  nervo intercostal (NI) e nervo toracodorsal (NTD).  Além do mais é possível observar os troncos: cranial, caudal e comum e os dois fascículos (ventral e dorsal). Na tabela 1 (abaixo relacionada), também, é possível observar quais são os músculos que recebem alguns dos nervos abaixo. 



Figura 6. Plexo Braquial da Preguiça-de-Coleira


Podemos perceber que há uma grande diferença anatômica visual dos plexos braquiais apresentados acima. Na tabela 1, a seguir, é possível observar a diferença das origens e inserções dos nervos comuns nas duas espécies.


 
 
 Pelo exposto acima podemos concluir que há algumas semelhanças entre as origem e inserções dos nervos nos seres humanos e nas preguiças-de-coleira.


Escrito por Gabriel Britto




REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AULA DE ANATOMIA, . PLEXO BRAQUIAL. 2017. Disponível em: <https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-nervoso/sn-periferico/nervos-espinhais/plexo-braquial/>. Acesso em: 28 out. 2017.
REDAÇÃO, BICHO-PREGUIÇA - CURIOSIDADES DO ANIMAL CONHECIDO COMO O MAIS LENTO DO MUNDO. 2017. Disponível em: <https://www.greenme.com.br/informar-se/animais/5785-bicho-preguica-curiosidades>. Acesso em: 28 out. 2017.

DE MELO CRUZ, Gessica Ariane; ADAMI, Marta; DE OLIVEIRA, Vera Lúcia. Características anatômicas do plexo braquial de bicho-preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus Illiger, 1811). Revisa Biotemas, Salvador, v. 26, n. 3, p. 195-201, set. 2013. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/biotemas/article/view/2175-7925.2013v26n3p195/25318>. Acesso em: 28 out. 2017

TORTORA, Gerard J.; NIELSEN, Mark T.. Princípios de Anatomia Humana. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

Fonte das Figuras

Figura 1. http://www.ebah.com.br/content/ABAAABO88AD/estruturas-funcoes-dos-nervos-perifericos
Figura 3. https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-nervoso/sn-periferico/nervos-espinhais/plexo-braquial/
 Figura 4. https://twitter.com/iqsansan/status/739807207974309888
Figura 6. DE MELO CRUZ, Gessica Ariane; ADAMI, Marta; DE OLIVEIRA, Vera Lúcia. Características anatômicas do plexo braquial de bicho-preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus Illiger, 1811). Revisa Biotemas, Salvador, v. 26, n. 3, p. 195-201, set. 2013. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/biotemas/article/view/2175-7925.2013v26n3p195/25318>. Acesso em: 28 out. 2017