Os músculos esqueléticos são estudados
pela ciência anatômica chamada de Miologia. Essas estruturas são constituídas por
fibras musculares que tem a capacidade de se contrair (diminuindo seu
comprimento) e relaxar (alongando-se), estando unidas ao sistema ósseo e resultando
em alavancas biológicas que permitem movimento em vários segmentos do corpo.
Os músculos da mastigação, tanto no homem
quanto no cavalo, se dividem em duas funções: elevadores e depressores
da mandíbula, sendo ambos inervados pelo nervo trigêmeo.
Músculos
elevadores
-
Masseter
No humano, o músculo masseter é
retangular, espesso e forte, com origem na margem inferior do osso zigomático e
inserção na face lateral do ramo da mandíbula (Figura 1-A). Sua função é elevar
a mandíbula com maior potência e, por isso, está dividido em parte superficial
e parte profunda, onde a superficial eleva a mandíbula de momento e a profunda
faz a manutenção da oclusão durante longos períodos.
Por outro lado, no cavalo este mesmo
músculo tem origem ao longo da crista facial e arcada zigomática, e possui
largas inserções na porção caudolateral da mandíbula (Figura 1-B). Ele é um músculo
bem desenvolvido, podendo além de elevar a mandíbula, puxá-la para o lado ipsilateral.
Sua parte superficial apresenta fibras na vertical, enquanto na parte profunda
as fibras seguem orientação ventrocaudal.
Figura 1: Vista lateral
dos músculos masseter do homem (A) e do cavalo (B), indicados por seta.
-
Pterigoideo
Nos humanos, o músculo pterigoideo medial
(Figura 2-A) apesar de menor apresenta as mesmas características do masseter
(retangular e inserido no ramo da mandíbula), sendo um músculo de força. Ele está
inserido na face medial da região do ângulo da mandíbula, tem origem na fossa
pterigoidea e sua inserção descola a mandíbula ligeiramente para frente. Nos
equinos, os músculos pterigoideos medial (Figura 2-B) e lateral têm função de
elevação, enquanto nos humanos o lateral é um músculo depressor. Além disso, também
é um músculo de força, com origem e inserção semelhantes a do masseter, sendo fixados
na região medial da mandíbula.
Figura 2: Vista lateral do
músculo pterigoideo do homem (A) e vista inferior do mesmo músculo no cavalo
(B), indicados por seta.
-
Temporal
No homem, o músculo temporal é coberto
pela fáscia temporal (Figura 3-A) e tem mais função de movimento do que de
força, apesar de ser grande e potente. Com origem no soalho da fossa temporal e
superfície medial da fáscia temporal, e inserção no processo coronóide da
mandíbula, suas fibras anteriores elevam a mandíbula, enquanto as fibras
posteriores são essencialmente retrusoras da mesma. Já no cavalo, este músculo
tem por função o encerramento da mandíbula, apesar de ser pequeno e pouco
desenvolvido, uma vez que a abertura vertical da articulação temporomandibular
é bem limitada (Figura 3-B).
Figura 3: Vista lateral
dos músculos temporal do homem (A) e do cavalo (B), indicados por seta.
Músculos depressores:
Os músculos depressores da mandíbula do
homem são diferentes dos presentes no cavalo, por exemplo o pterigoideo lateral
em humanos e o digástrico em equinos.
O músculo pterigoideo lateral é o único músculo que se dispõe horizontalmente
e que se relaciona com a articulação temporomandibular e, por isso, realiza
movimento diferente dos outros três músculos, sendo o músculo mais curto da
mastigação (Figura 4-A). Ele tem sua origem na parede lateral e superior da
fossa infratemporal, e inserção na fóvea pterigoidea do colo da mandíbula. Por
outro lado, o músculo digástrico
origina-se no osso occipital e se insere na porção caudal da mandíbula. Além
disso, apresenta tamanho reduzido devido ao pouco esforço requerido para a
abertura mandibular, já que este movimento é favorecido pela ação da força da
gravidade (Figura 4-B).
Figura 4: Vista inferior
do músculo pterigoideo lateral humano (A) e vista lateral do músculo digástrico
equino (B), indicados por seta.
Escrito por: João
Vitor Marani Amaral
Referências
consultadas
DYCE,
K. M. Tratado de anatomia veterinária.
3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 799 p.
MADEIRA,
Miguel Carlos. Anatomia facial.
Disponível em: <http://odontoup.com.br/anatomia-de-cabeca-e-pescoco/resumo-anatomia-de-cabeca-e-pescoco/#>.
Acesso em 6 nov. 2014.
PAULO,
Diana Luísa de Oliveira Moreira. A
importância da odontologia na prática clínica equina. Universidade técnica
de Lisboa; Lisboa 2010. Disponível em: <http://www.sdolivramento.com.br/new/painel/contas/90.pdf>.
Acesso em 7 nov. 2014.
Fonte das imagens
Figura 1, 2, 3 e
4A:
http://www.auladeanatomia.com/sistemamuscular/atm.htm
Figura 1 e 2B:
http://www.resumaodeveterinaria.com.br/2014/01/anatomia-musculos.html
Figura 3 e 4B: DYCE, K. M. Tratado de anatomia veterinária. 3. ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 799 p.
eXCELENTE CONTEUDO.
ResponderExcluirPARABENS.
O conteúdo me auxiliou bastante. Obrigada!
ResponderExcluir