sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Músculos da mastigação do homem comparados aos do cavalo

Os músculos esqueléticos são estudados pela ciência anatômica chamada de Miologia. Essas estruturas são constituídas por fibras musculares que tem a capacidade de se contrair (diminuindo seu comprimento) e relaxar (alongando-se), estando unidas ao sistema ósseo e resultando em alavancas biológicas que permitem movimento em vários segmentos do corpo.
Os músculos da mastigação, tanto no homem quanto no cavalo, se dividem em duas funções: elevadores e depressores da mandíbula, sendo ambos inervados pelo nervo trigêmeo.

Músculos elevadores
- Masseter
No humano, o músculo masseter é retangular, espesso e forte, com origem na margem inferior do osso zigomático e inserção na face lateral do ramo da mandíbula (Figura 1-A). Sua função é elevar a mandíbula com maior potência e, por isso, está dividido em parte superficial e parte profunda, onde a superficial eleva a mandíbula de momento e a profunda faz a manutenção da oclusão durante longos períodos.
Por outro lado, no cavalo este mesmo músculo tem origem ao longo da crista facial e arcada zigomática, e possui largas inserções na porção caudolateral da mandíbula (Figura 1-B). Ele é um músculo bem desenvolvido, podendo além de elevar a mandíbula, puxá-la para o lado ipsilateral. Sua parte superficial apresenta fibras na vertical, enquanto na parte profunda as fibras seguem orientação ventrocaudal.

Figura 1: Vista lateral dos músculos masseter do homem (A) e do cavalo (B), indicados por seta.


- Pterigoideo
Nos humanos, o músculo pterigoideo medial (Figura 2-A) apesar de menor apresenta as mesmas características do masseter (retangular e inserido no ramo da mandíbula), sendo um músculo de força. Ele está inserido na face medial da região do ângulo da mandíbula, tem origem na fossa pterigoidea e sua inserção descola a mandíbula ligeiramente para frente. Nos equinos, os músculos pterigoideos medial (Figura 2-B) e lateral têm função de elevação, enquanto nos humanos o lateral é um músculo depressor. Além disso, também é um músculo de força, com origem e inserção semelhantes a do masseter, sendo fixados na região medial da mandíbula.

Figura 2: Vista lateral do músculo pterigoideo do homem (A) e vista inferior do mesmo músculo no cavalo (B), indicados por seta.

- Temporal
No homem, o músculo temporal é coberto pela fáscia temporal (Figura 3-A) e tem mais função de movimento do que de força, apesar de ser grande e potente. Com origem no soalho da fossa temporal e superfície medial da fáscia temporal, e inserção no processo coronóide da mandíbula, suas fibras anteriores elevam a mandíbula, enquanto as fibras posteriores são essencialmente retrusoras da mesma. Já no cavalo, este músculo tem por função o encerramento da mandíbula, apesar de ser pequeno e pouco desenvolvido, uma vez que a abertura vertical da articulação temporomandibular é bem limitada (Figura 3-B).

Figura 3: Vista lateral dos músculos temporal do homem (A) e do cavalo (B), indicados por seta.


Músculos depressores: ­­
Os músculos depressores da mandíbula do homem são diferentes dos presentes no cavalo, por exemplo o pterigoideo lateral em humanos e o digástrico em equinos.
O músculo pterigoideo lateral é o único músculo que se dispõe horizontalmente e que se relaciona com a articulação temporomandibular e, por isso, realiza movimento diferente dos outros três músculos, sendo o músculo mais curto da mastigação (Figura 4-A). Ele tem sua origem na parede lateral e superior da fossa infratemporal, e inserção na fóvea pterigoidea do colo da mandíbula. Por outro lado, o músculo digástrico origina-se no osso occipital e se insere na porção caudal da mandíbula. Além disso, apresenta tamanho reduzido devido ao pouco esforço requerido para a abertura mandibular, já que este movimento é favorecido pela ação da força da gravidade (Figura 4-B).

Figura 4: Vista inferior do músculo pterigoideo lateral humano (A) e vista lateral do músculo digástrico equino (B), indicados por seta.


Escrito por: João Vitor Marani Amaral


Referências consultadas
DYCE, K. M. Tratado de anatomia veterinária. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 799 p.
MADEIRA, Miguel Carlos. Anatomia facial. Disponível em: <http://odontoup.com.br/anatomia-de-cabeca-e-pescoco/resumo-anatomia-de-cabeca-e-pescoco/#>. Acesso em 6 nov. 2014.
PAULO, Diana Luísa de Oliveira Moreira. A importância da odontologia na prática clínica equina. Universidade técnica de Lisboa; Lisboa 2010. Disponível em: <http://www.sdolivramento.com.br/new/painel/contas/90.pdf>. Acesso em 7 nov. 2014.

Fonte das imagens
Figura 1, 2, 3 e 4A: http://www.auladeanatomia.com/sistemamuscular/atm.htm
Figura 1 e 2B: http://www.resumaodeveterinaria.com.br/2014/01/anatomia-musculos.html

Figura 3 e 4B: DYCE, K. M. Tratado de anatomia veterinária. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 799 p.

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