domingo, 7 de maio de 2017

A Glândula Tireóide: humanos e aves

Nos humanos:
A glândula tireoide é composta por dois lobos unidos pelo istmo do parênquima glandular (em forma de borboleta), e localiza-se na parte anterior do pescoço, logo abaixo da região que é conhecida como Pomo de Adão (habitualmente chamada de gogó). É o local onde ocorre a síntese, armazenamento e secreção dos hormônios tireoidianos T3 (tri-iodotironina) e T4 (tiroxina), que atuam em todos os sistemas do organismo.


Imagem 1. Tireóide em humanos.

A atividade dessa glândula (produção e liberação dos hormônios) é controlada pela hipófise, através do hormônio estimulante da tireoide, a tireotrofina (TSH). O TSH é o principal modulador da função tireoidiana, ele estimula a célula folicular da tireoide por meio do receptor TSHR, que promove um estimulo da síntese e secreção dos hormônios tireoidianos, crescimento e proliferação celular e, influxo de iodo. O iodo faz parte das moléculas de tri-iodotironina e tiroxina, e conseguimos obter iodo também através da alimentação.
Os efeitos dos hormônios da tireoide são desencadeados por meio da sua interação com receptores nucleares que se apresentam em regiões específicas do DNA, o que determina se seus genes-alvos serão ativados ou inibidos e o controle da síntese de determinadas proteínas. Por exemplo, no cérebro, se os hormônios T3 e T4 estiverem em níveis normais eles são essenciais para o desenvolvimento e manutenção do sistema nervoso central, e também potencializam a ação das catecolaminas - hormônios produzidos pelas adrenais (podem agir como neurotransmissores).
Esses hormônios agem no intestino, no coração, nos músculos e ossos, no peso, na temperatura corporal e na reprodução. Por isso os níveis precisam estar sempre normais, pois um aumento ou diminuição da produção desses hormônios causam problemas como o hipotireoidismo ou hipertireoidismo, e estes afetam todas as áreas citadas anteriormente.
O hipotireoidismo é a baixa produção dos hormônios tireoidianos e, pode ser causado pela quantidade de iodo no organismo, e por uma série de outros motivos.  A pessoa que apresenta essa complicação sentirá cansaço, dores musculares, tudo devido ao metabolismo que desacelera. 
Já o hipertireoidismo é quando a glândula se encontra altamente ativa, produzindo assim, uma grande quantidade de hormônio. Portanto, a pessoa tem os seus batimentos cardíacos acelerados, muitas vezes, perda de peso, etc.



Imagem 2.


Já nas aves:
A tireoide é bilateral, localiza-se na base cervical junto ao tórax e fica próxima à siringe (órgão responsável pela produção e emissão de sons, localiza-se na extremidade terminal da traqueia e porções iniciais dos dois brônquios primários), devido a isso, quando esses animais possuem uma deficiência de iodo, a glândula aumenta o seu tamanho, e a ave para de cantar. Histologicamente, a tireoide é igual entre as espécies, variam anatomicamente apenas.


Imagem 3. Localização da traqueia e siringe.

As aves tem uma alimentação bem variável, depende da espécie, algumas comem pequenos insetos, outras répteis, peixes, frutas, néctar de flores, carniça, etc. O iodo está distribuído amplamente na natureza e está presente nas substâncias orgânicas e inorgânicas em quantidades muito pequenas. Quando há uma falta de iodo disponível, o iodato de potássio, o iodato de cálcio ou o iodo estearato de cálcio são as fontes de iodo que apresentam melhor estabilidade, sendo as fontes mais recomendadas na elaboração das misturas minerais.
Em aves, quando há sinal de toxidade do iodo ocorre redução na produção de ovos e no tamanho de ovo. Com relação aos hormônios tireoidianos e, as funções da glândula, basicamente são iguais aos humanos. Vertebrados no geral, não possuem muitas diferenças de órgãos histologicamente falando, apenas anatomicamente.

Escrito por Caroline C. D’Amato


Referencias Bibliográficas:

Tireoide. Disponível em: <https://www.endocrino.org.br/tireoide/>. Acessado em: 26 de abril de 2017.
PERRUSI. A glândula tireóide. Disponível em: <http://victorperrusi.com/tratamentos.php?id=1>. Acessado em: 26 de abril de 2017.
MARIETOO-GONÇALVES, G.A. Bócio coloidal em aves-relato de caso. Disponível em: <http://www.seer.ufu.br/index.php/vetnot/article/view/18813>. Acessado em: 26 de abril de 2017.
CUNNINGHAM, J.G. Tratado de fisiologia veterinária. 5ª edição, 2008.
GUYTON & HALL. Tratado de fisiologia médica, 1971.
NUNES, Thyroid hormones: mechanism of action and biological significance. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302003000600004> . Acessado em: 27 de abril de 2017

Imagem 1: disponível em: <http://victorperrusi.com/tratamentos.php?id=1>. Acessado em: 26 de abril de 2017.
Imagem 2: disponível em: <http://veterinariodeaves.blogspot.com.br/2015/03/doencas-de-traqueia-e-siringe.html> . Acessado em: 26 de abril de 2017.





Nenhum comentário:

Postar um comentário