domingo, 28 de maio de 2017

Capacidade rotacional do pescoço: ser humano x coruja de celeiro

A região cervical da coluna vertebral em seres humanos é composta por sete vértebras cervicais e a interação dessas vértebras com os tecidos adjacentes, posição de nervos, veias, artérias e da morfologia das próprias vértebras e demais arranjos estruturais permitem com que os humanos consigam rotacionar sua cabeça em até 180°.

            Todas possuem um forame vertebral e dois forames transversos (por onde passam as artérias, veias e fiibras nervosas). O diâmetro do forame vertebral não detém alterações morfologias que facilitem o movimento de rotação. Adicionalmente, os forames transversos por onde passam os vasos sanguíneos se situam relativamente afastados da região central (das vértebras), facilitando a ocorrência de lesões com movimentos de rotação abruptos. 



             
 Figura 1 – Vértebra cervical
Disponível em: < http://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-esqueletico/coluna-vertebral/caracteristicas-individuais/> Acesso em 11 mai. 2017.




Figura 2 - Pescoço humano
Disponível em: <https://pt.slideshare.net/blendaneiva/artrologia-17870132>. Acesso em: 25 mai. 2017.


Figura 3 – Coluna cervical
Disponível em:< http://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-articular/diartroses/articular-coluna-vertebral/>. Acesso em: 25 mai. 2017.

A movimentação da cabeça é dependente de inúmeros fatores, como pôde ser constatado pela anatomia humana. Entretanto, a morfofisiologia da coruja de celeiro (Tyto furcata pratincola) a permite rotacionar sua cabeça em até 270°, um feito impensável para o ser humano. Para que tal mobilidade cervical seja possível, quatro critérios importantes devem ser levados em consideração: O diâmetro do canal vertebral, a protrusão da zigapófise, a distância entre as regiões de articulação das vértebras e a localização de suas artérias.

Figura 4 – Barn owl
                            Disponível em:< https://gifts.worldwildlife.org/gift-center/gifts/species-adoptions/barn-owl.aspx> Acesso em 11 mai. 2017.

A coruja possui quatorze vértebras cervicais, alinhadas em forma de “S”, e seu canal vertebral possui um formato elíptico. A região central da cérvice apresenta um menor diâmetro quando comparada com as regiões caudal e cranial, que apresentam um diâmetro maior, ou seja, não é totalmente preenchida com a coluna espinal, conferindo um importante espaço para a proteção da medula. Durante o movimento de rotação o espaço adicional conferido pela morfologia elíptica é reduzido, de modo que o diâmetro médio lateral de seu canal vertebral é utilizado, ajustando-se à coluna espinal, conferindo um importante espaço para a proteção da medula e, consequentemente, maior liberdade de movimento.




Figura 5 – Região cervical
                              Disponível em:< http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371%2Fjournal.pone.0091653> Acesso em: 11 mai. 2017.




A zigapófise, articulação sinovial cuja função é articular uma vértebra a outra, é o segundo critério para se entender a mobilidade cervical. Em contraste com o diâmetro do canal vertebral a protrusão das zigapófises são maiores na região mediana da cérvice do que nas porções caudal e cranial. Essa característica reduz sua mobilidade, porém, essa redução é compensada pelo seu pescoço em forma de “S”.
                        As vértebras C13 e C14 não dispõem de forame transverso e o mesmo, presente no restante das vértebras cervicais, possui um espaço maior para a passagem das artérias, além de estarem mais próximas da coluna vertebral, diminuindo os danos associados ao movimento de rotação.


Escrito por Gustavo Siconello



Referências Bibliográficas

KRINGS, M. et al. The Cervical Spine of the American Barn Owl (Tyto furcata pratincola): I. Anatomy of the Vertebrae and Regionalization in Their S-Shaped Arrangement. 2014. Disponível em: <http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0091653>. Acesso em: 11 maio 2017.

SALVADOR, S. Revelado segredo da rotação do pescoço das corujas. 2013. Disponível em: <http://www.dn.pt/ciencia/interior/revelado-segredo-da-rotacao-do-pescoco-das-corujas-3028914.html>. Acesso em: 11 maio 2017.

TORTORA, G. J.. Princípios de Anatomia Humana: Coluna Vertebral. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.a., 2007.




Peculiaridades das Respirações Pulmonares: a respiração de cetáceos e humanos

O sistema respiratório humano é dividido em duas porções, a condutora e a respiratória. A porção condutora filtra, umedece e aquece o ar antes que ele chegue aos pulmões e é composta por nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos terminais. Localizada no interior dos pulmões fica a porção respiratória que é composta por ductos alveolares, sacos alveolares, alvéolos e os bronquíolos respiratórios onde ocorrem as trocas gasosas.



           

 Figura 1. Sistema respiratório humano

            Os cetáceos, assim como os humanos, possuem respiração pulmonar e, por serem grupos relativamente próximos, ambos mamíferos homeotérmicos, possuem muitos elementos anatômicos em comum, como a laringe, a traqueia e o próprio pulmão. Uma das principais diferenças estruturais é o espiráculo, que fica localizado na parte mais alta da cabeça dos cetáceos, homólogo ao nariz. Este orifício respiratório se mantêm fechado enquanto o animal esta submerso, para evitar entrada de água. Quando a baleia emerge para respirar, este orifício se abre para absorver oxigênio e para liberar o CO2, que está quente e úmido. Quando liberado, esse ar acaba se condensando quando entra em contato com a atmosfera, o que forma uma grande quantidade de gotículas formando uma coluna de água, bastante reconhecível.




  Figura 2. Sistema respiratório dos cetáceos


Figura 3. Espiráculo

            A grande diferença funcional entre os sistemas é a grande capacidade dos cetáceos de ficarem submersos em grandes profundidades durante grandes períodos de tempo. Esses mamíferos aquáticos conseguem vencer muitas dificuldades que a falta de oxigênio traz, a longo prazo, para o corpo, como o fornecimento de oxigênio para todos os tecidos, o acumulo de dióxido de carbono no sangue, e, por consequência a alteração no pH sanguíneo decorrente do acumulo de dióxido de carbono no sangue. Durante o mergulho os animais entram em apnéia, que é a ausência de respiração; braquicardia, diminuição da frequência cardíaca; a constrição dos vasos periféricos, reduzindo o consumo de oxigênio de tecidos como a pele e a musculatura, aumentando o suprimento de sangue para os órgãos vitais.             
Um ser humano não poderia realizar esse feito, pois não tem controle sobre seus batimentos e seus vasos, e mesmo que possa prender a respiração por um determinado tempo, quando as concentrações de CO2 e H+ começam a se elevar o centro respiratório do encéfalo enviam impulsos estimulando a área inspiratória e forçando a respiração. Então mesmo que uma pessoa consiga prender a respiração durante tempo o suficiente para ficar inconsciente sua respiração ira voltar a ocorrer involuntariamente.  



Escrito por Gabriela Eliza Santos



Referências Bibliográficas

BARRETO, A. Apostila de Nectologia: Mamíferos Marinhos. 2011. 24 f. Monografia (Especialização) - Curso de Oceanografia, Cttmar/univali, Vale do Itajai, 2011. Disponível em: <http://www.zoo.ba.gov.br/wp-content/files/apostila_mamiferos_marinhos.pdf>. Acesso em: 23 maio 2017.

FERRAZ, N.C. C. Adaptações fisiológicas dos mamíferos mergulhadores. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABJBMAB/adaptacoes-fisiologicas-dos-mamiferos-mergulhadores>. Acesso em: 23 maio 2017.


PROJETO BALEIA JUBARTE. A Baleia Jubarte. Disponível em: <http://www.baleiajubarte.org.br/projetoBaleiaJubarte/leitura.php?mp=aBaleia&id=81>. Acesso em: 23 maio 2017.

 RESPIRAÇÃO da Baleia. Disponível em: <http://animais.culturamix.com/curiosidades/respiracao-da-baleia>. Acesso em: 23 maio 2017.

TORTORA, G.J.; NILSEN, M.T.. Sistema Respiratorio. In: TORTORA, Gerard J.; NILSEN, Mark T.. Principios de Anatomia Humana. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2013. Cap. 23. p. 835-865.

Imagem1: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/sistema-respiratorio.htm
Imagem 2:http://cedoxidos.blogspot.com.br/2010/10/cetaceos.html
Imagem 3: http://www.culturamix.com/cultura/curiosidades-sobre-baleias/

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Estrutura do Crânio: Humanos e Equinos

1.      Humanos

Segundo Tortora (2012), o crânio humano é localizado no topo da coluna vertebral, e é dividido em dois conjuntos de ossos: cranianos e faciais. São oito ossos cranianos, que protegem o encéfalo: um osso frontal, 2 ossos parietais, 2 ossos temporais, 1 osso occipital, 1 osso esfenoide e 1 osso etmoide. E catorze ossos faciais: 2 ossos nasais, 2 ossos maxilares, 2 ossos lacrimais, 1 osso mandibular, 2 ossos palatinos, 2 ossos zigomáticos, 2 conchas nasais inferiores e o vômer.

Ainda segundo Tortora (2012), os ossos cranianos são mantidos unidos por suturas, uma articulação fibrosa imóvel.
 Figura 1. Ossos do crânio humano, em uma vista lateral. Lembrando que, o osso hioide mostrado no modelo, não compõe os ossos do crânio humano.

Figura 2. Ossos do crânio humano em vista anterior.


1.      Equinos

De acordo com Liebich    e König (2016), a forma cranial dos equinos, é determinada de forma geral pela idade, gênero e raça do animal. O crânio é dividido em faces lateral, dorsal, nucal, basal e externa:
·         A face nucal do crânio é composta pelas partes escamosa e lateral do osso occipital;
·         A face dorsal do crânio pode ser dividida em uma região cranial e uma facial. A região cranial é formada pela porção escamosa do osso occipital, pelos ossos parietal, interparietal e o osso frontal. Já a região facial, é formada pelos ossos nasais, unidos lateralmente pelos ossos da maxila e pelos processos nasais do osso incisivo;
·         A face lateral é composta pela maxila e pelos ossos, incisivo, lacrimal, nasal e zigomático;
·         A face basal consiste da base do crânio, das coanas e o palato;
·         A face externa é o limite do crânio onde o mesmo se liga as vértebras.



Figura 3. Vista lateral esquerda do crânio de um equino jovem. 1-Osso incisivo. 2- Osso nasal. 3- Osso Maxilar. 4- Osso Zigomático. 5- Osso lacrimal. 6- Osso Frontal. 7- Osso Parietal. 8- Osso Interparietal. 9- Osso occipital. 10- Condilo Occipital. 11- Parte escamosa do osso temporal. 12-Parte timpânica do osso temporal. 13- Meato acústico externo. 14- Processo paracondilóide. 15- Arco Zigomático. 16- forame intraorbital. 17- forame suprorbital. 18- Forame mental. 19- Primeiros incisivos. 20- Segundos Incisivos. 21,21 e 23- Dentes Pré-molares. 24- Mandíbula. 25- Sutura Frontonasal.  

Figura 4:. Vista dorsal do crânio de um equino1-Osso Occipital. 2-Osso Interparietal. 3-Osso Temporal. 4- Osso Temporal. 5- Osso Frontal. 6- Osso Nasal. 7-Osso Lacrimal. 8- Osso Zigomático. 9- Osso Maxilar. 10- Osso Incisivo. 11- Crista Sagital. 12- Sutura Interfrontal. 13- Sutura Internasal. 14- Sutura Lambdoide. 15- Sutura Escamosa. 16- Sutura Coronal. 17- Sutura Escamosa Frontal. 18- Sutura Temporofrontal. 19- Sutura Fronto Nasal. 20- Sutura Nasolacrimal. 21- Sutura Frontolacrimal. 22-  Sutura Lacrimozigomática. 23- Sutura  Lacrimomaxilar. 25- Sutura Nasoincisiva. 



Escrito por Abu-Bakr Adetayo Ariwoola

Referências Bibliográficas

TORTORA, G.J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
KÖNING, H.E.; LIEBICH, H.G.. Anatomia Dos Animais Domésticos – Textos e Atlas Colorido. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.


Referências de imagens
Figuras 1 e 2 - TORTORA, G.J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.

Figuras 3 e 4 - http://zootecniaufms.blogspot.com.br/2012/04/blog-post.html acessado no dia 17/05/2017 as 14:02.


segunda-feira, 15 de maio de 2017

Ossificação em humanos e a Condrogênese em Chondrichthyes - Os peixes cartilaginosos.

 Ossificação em humanos

A formação do osso ocorre a partir do desenvolvimento de uma massa inorgânica, chamada de matriz mineral, formada por água, fibras colágenas e sais minerais, onde alguns sais se unem e dão origem a cristais minerais (hidroxiapatita: união de fosfato de cálcio e hidróxido de cálcio). A medida que ocorrer a junção de hidroxiapatita e íons de carbonato de cálcio, fosfato, potássio, magnésio e sulfato há o endurecimento da matriz óssea, processo então denominado de calcificação.      
A parte orgânica do osso é constituída por células (osteoblastos, osteócitos e osteoclastos), capilares e medula óssea. Essas células são originadas por diferenciação do mesênquima, sendo a primeira parte da ossificação chamada de ossificação intramembranácea e posteriormente ocorrerá a ossificação endocondral.  



Ossificação Intramembranácea

A primeira evidência que está ocorrendo ossificação intramembranácea é aparição de fibroblastos que se estendem no tecido. Entre o líquido intersticial devido a excreção das células, já começa a ocorrer algumas calcificações, dando origem a espículas ósseas.                                                                                                                                           
Esse tipo de ossificação é responsável pelo crescimento dos ossos do crânio, grande parte de ossos faciais e a porção medial da mandíbula, e também aumento da espessura de ossos longos, veremos as divisões desse processo de ossificação.

·         Desenvolvimento do centro de ossificação:

Segundo Tortora e Nielsen:

[...] No local em que o osso se desenvolverá, uma sinalização química especifica provoca a aglomeração e a diferenciação das células mesenquimais, primeiros em células osteogênicas e, em seguida, em osteoblastos. O local dessa aglomeração é chamado de centro de ossificação. Os osteoblastos produzem a matriz extracelular orgânica do osso até que estejam totalmente envolvidos por ela [...] (2012, p. 173).

·         Calcificação

                  Com o fim das secreções extracelulares os osteoblastos, com o amadurecimento, passam a ser denominados osteócitos preenchendo os espaços com seus filamentos citoplasmáticos. Dentro de alguns dias será depositado cálcio, consequentemente calcificando a matriz extracelular.


·         Formação de trabéculas.

                 Aquelas espículas formadas que estiverem bem desenvolvidas irão se irradiar formando uma malha dando origem as trabéculas que serão o osso esponjoso juntamente com os vasos sanguíneos. Os espaços entre trabéculas vão diminuindo formando, então, o osso compacto. Segundo Tortora e Nielson “[...] o tecido conjuntivo associado aos vasos sanguíneos nas trabéculas diferencia-se em medula óssea vermelha


·         Desenvolvimento do periósteo

                  Durante a formação das trabéculas simultaneamente ocorre a condensação do mesênquima da periferia, formando uma membrana de revestimento (periósteo), contendo grande quantidade de células osteoprogenitoras, que serão os futuros osteoblastos que agiram novamente na calcificação.         


                                                                                   
Figura 1. Ossificação Intramembranácea 


Ossificação Endocondral
                
 Durante o desenvolvimento do embrião há a formação de um esqueleto cartilagíneo, onde células mesenquimais provenientes do mesoderma se especializará em condroblastos dando início a uma condrogênese que precisa passar por ossificação.



·         Desenvolvimento e crescimento do modelo cartilagíneo

                 Os condroblastos são aumentados por sucessivas mitoses que começam a produzir um líquido intersticial rico em fibras de colágeno - revestindo essas células e o líquido intersticial teremos o pericôndrio. Com o amadurecimento dos condroblastos dará origem aos condrócitos que continuam crescendo longitudinalmente e os condroblastos lateralmente por mitoses. Os primeiros indícios de calcificação começam quando na matriz extracelular os condrócitos começam a atrofiarem e consequentemente calcificam-se.

·         Desenvolvimento do centro de ossificação primária

Segundo Tortora e Nielsen:
[...] Uma artéria nutrícia penetra no pericôndrio e no modelo cartilagíneo em calcificação morrem, por um forame nutrício na região média do modelo cartilagíneo, estimulando as células osteogênicas no pericôndrio a diferenciar-se em osteoblastos [...] (2012, p. 176).


                Terminando a diferenciação do pericôndrio em osteoblastos a membrana de revestimentos que começa a formar o osso que antes era chamada de pericôndrio passa a ser denominada periósteo. Entre a matriz extracelular em calcificação crescerá capilares originados do periósteo, dando origem ao centro de ossificação primária, juntamente aos resquícios de cartilagem calcificada surgirá as mesmas trabéculas que apareceu na ossificação membranácea, mas que aconteceu envolta de espículas de cartilagem calcificada, e agora passa a envolver fibras cartilagíneas, dando origem novamente as porções esponjas dos ossos.

·         Desenvolvimento da cavidade medular

                  A cavidade medular surge a partir do crescimento do centro primário para a parte extrema do osso em que os osteoclastos deterioram algumas trabéculas centrais.  
         

 
Figura 2. Ossificação endocondral.



Condrogênese em Chondrichthyes - Os peixes cartilaginosos  

             A classe dos peixes cartilaginosos engloba dois grupos: os Neoselachii (tubarões e arraias) e os Holocephali (quimeras). Esses animais não apresentam esqueleto ossificado, mas nos animais mais velhos há em algumas regiões de porções calcificadas.

Segundo Pough, Heiser, Janis e tal, argumentam:

[...]A perda do osso (que estava presente em seus ancestrais agnatos) está associada provavelmente com a diminuição do peso do corpo, tornando-o mais manobrável, e alguns de seus órgãos e sistemas fisiológicos tem tenham evoluído para níveis alcançados por outros poucos vertebrados viventes. Ao mesmo tempo, estes peixes retêm muitos traços anatômicos primitivos; os tubarões têm sido usados, por muito tempo, para exemplificar uma forma corpórea vertebrada ancestral [...] (2008, p.101).

               Com um esqueleto constituído de cartilagem e tecido conjuntivo conseguem ter uma armadura com densidade inferior ao esqueleto ossificado. Os indícios para a não especialização da cartilagem em tecido ósseo deve-se a necessidade de poupar energia e ter uma estrutura de sustentação maleável e ao mesmo tempo durável.                                        
Mesmo não apresentando ossificação há a formação de vertebras cartilagíneas devido a presença de notocorda calcificada em animais adultos, um crânio parcialmente calcificado sem encontrar ossos verdadeiros e escamas placóides são tão calcificadas que parcialmente são semelhantes ao esmalte e a dentina dos dentes de mamíferos.

Formação da cartilagem hialina

                 Segundo Robert T. Orr “[...] os Chondrichthyes possuem um crânio cartilaginoso completo, que é conhecido como condrocrânio”. “[...] arco branquial ou mandibular transforma-se para dar origem às maxilas superior e inferior, conhecidas respectivamente como cartilagem palaquadrada e cartilagem de Merkel”. Com isso pode-se perceber que alguns processos de condorgênese nesse grupo são similares aos dos mamíferos na sua vida ultra uterina, já que ambos apresentam condrocrânio e cartilagem de Merkel seguindo o conceito de ossificação endocondral na sua primeira parte, em que, os condroblastos são aumentados por sucessivas mitoses e posteriormente ocorre o amadurecimento dessas células dando origem aos condrócitos que irão atrofiar e assim ocorrendo calcificação.





Imagem 3) Peixes cartilaginosos Neoselachii.
 Fonte: Pough, Heiser, Janis e tal (2008 v. 8, p.107): “[...] A vida dos vertebrados”


Escrito por Eriks Oliveira


Referência bibliográficas

BARNES, Robert D., Zoologia Geral, 6ªed. Editora Guanabara S. A., 1988.

POUGH, F. Harvey; HEISER, John B.; JANIS, Christine M., A vida dos vertebrados, São Paulo, 4ª ed. Editora: Atheneu SP.


ROBERT, T. Orr., Biologia dos vertebrados, 4ªed. Roca S. A., 1986. 

TORTORA, Gerard J.; NIELSEN, Mark T. Princípios de anatomia humana. São Paulo, 12ª ed. Editora Guanabara-Koogan., 2012.

http://www.elasmo-research.org/education/white_shark/skeleton.htm


 

domingo, 7 de maio de 2017

A Glândula Tireóide: humanos e aves

Nos humanos:
A glândula tireoide é composta por dois lobos unidos pelo istmo do parênquima glandular (em forma de borboleta), e localiza-se na parte anterior do pescoço, logo abaixo da região que é conhecida como Pomo de Adão (habitualmente chamada de gogó). É o local onde ocorre a síntese, armazenamento e secreção dos hormônios tireoidianos T3 (tri-iodotironina) e T4 (tiroxina), que atuam em todos os sistemas do organismo.


Imagem 1. Tireóide em humanos.

A atividade dessa glândula (produção e liberação dos hormônios) é controlada pela hipófise, através do hormônio estimulante da tireoide, a tireotrofina (TSH). O TSH é o principal modulador da função tireoidiana, ele estimula a célula folicular da tireoide por meio do receptor TSHR, que promove um estimulo da síntese e secreção dos hormônios tireoidianos, crescimento e proliferação celular e, influxo de iodo. O iodo faz parte das moléculas de tri-iodotironina e tiroxina, e conseguimos obter iodo também através da alimentação.
Os efeitos dos hormônios da tireoide são desencadeados por meio da sua interação com receptores nucleares que se apresentam em regiões específicas do DNA, o que determina se seus genes-alvos serão ativados ou inibidos e o controle da síntese de determinadas proteínas. Por exemplo, no cérebro, se os hormônios T3 e T4 estiverem em níveis normais eles são essenciais para o desenvolvimento e manutenção do sistema nervoso central, e também potencializam a ação das catecolaminas - hormônios produzidos pelas adrenais (podem agir como neurotransmissores).
Esses hormônios agem no intestino, no coração, nos músculos e ossos, no peso, na temperatura corporal e na reprodução. Por isso os níveis precisam estar sempre normais, pois um aumento ou diminuição da produção desses hormônios causam problemas como o hipotireoidismo ou hipertireoidismo, e estes afetam todas as áreas citadas anteriormente.
O hipotireoidismo é a baixa produção dos hormônios tireoidianos e, pode ser causado pela quantidade de iodo no organismo, e por uma série de outros motivos.  A pessoa que apresenta essa complicação sentirá cansaço, dores musculares, tudo devido ao metabolismo que desacelera. 
Já o hipertireoidismo é quando a glândula se encontra altamente ativa, produzindo assim, uma grande quantidade de hormônio. Portanto, a pessoa tem os seus batimentos cardíacos acelerados, muitas vezes, perda de peso, etc.



Imagem 2.


Já nas aves:
A tireoide é bilateral, localiza-se na base cervical junto ao tórax e fica próxima à siringe (órgão responsável pela produção e emissão de sons, localiza-se na extremidade terminal da traqueia e porções iniciais dos dois brônquios primários), devido a isso, quando esses animais possuem uma deficiência de iodo, a glândula aumenta o seu tamanho, e a ave para de cantar. Histologicamente, a tireoide é igual entre as espécies, variam anatomicamente apenas.


Imagem 3. Localização da traqueia e siringe.

As aves tem uma alimentação bem variável, depende da espécie, algumas comem pequenos insetos, outras répteis, peixes, frutas, néctar de flores, carniça, etc. O iodo está distribuído amplamente na natureza e está presente nas substâncias orgânicas e inorgânicas em quantidades muito pequenas. Quando há uma falta de iodo disponível, o iodato de potássio, o iodato de cálcio ou o iodo estearato de cálcio são as fontes de iodo que apresentam melhor estabilidade, sendo as fontes mais recomendadas na elaboração das misturas minerais.
Em aves, quando há sinal de toxidade do iodo ocorre redução na produção de ovos e no tamanho de ovo. Com relação aos hormônios tireoidianos e, as funções da glândula, basicamente são iguais aos humanos. Vertebrados no geral, não possuem muitas diferenças de órgãos histologicamente falando, apenas anatomicamente.

Escrito por Caroline C. D’Amato


Referencias Bibliográficas:

Tireoide. Disponível em: <https://www.endocrino.org.br/tireoide/>. Acessado em: 26 de abril de 2017.
PERRUSI. A glândula tireóide. Disponível em: <http://victorperrusi.com/tratamentos.php?id=1>. Acessado em: 26 de abril de 2017.
MARIETOO-GONÇALVES, G.A. Bócio coloidal em aves-relato de caso. Disponível em: <http://www.seer.ufu.br/index.php/vetnot/article/view/18813>. Acessado em: 26 de abril de 2017.
CUNNINGHAM, J.G. Tratado de fisiologia veterinária. 5ª edição, 2008.
GUYTON & HALL. Tratado de fisiologia médica, 1971.
NUNES, Thyroid hormones: mechanism of action and biological significance. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302003000600004> . Acessado em: 27 de abril de 2017

Imagem 1: disponível em: <http://victorperrusi.com/tratamentos.php?id=1>. Acessado em: 26 de abril de 2017.
Imagem 2: disponível em: <http://veterinariodeaves.blogspot.com.br/2015/03/doencas-de-traqueia-e-siringe.html> . Acessado em: 26 de abril de 2017.